No último programa de rádio da Prefeitura Municipal da Lapa, transmitido pela Rádio Legendária, o prefeito Furiati abordou assunto referente à limpeza da cidade. Na ocasião, trouxe novamente a informação sobre o fim do contrato com a empresa Henforce, que contratava pessoas para realizar trabalhos de varrição, capinagem, roçada, recolhimento de entulhos (alguns motoristas), entre outros. Emergencialmente, a Prefeitura contratou os serviços para normalizar o problema.
Foram apenas quatro dias sem os serviços de limpeza. Mas, foi o suficiente para verificar a postura da população com relação à educação. Havia grande quantidade de lixo espalhado pelas ruas e praças.
Esta experiência serve para mostrar à população que há a necessidade, sim, de prestação desses serviços. Mostra, também, que a manutenção destas atividades envolve um custo de manutenção.
E, o custo e manutenção não envolve somente a coleta, que até então era feita em parte pelos funcionários da Henforce. Também trata da destinação do lixo gerado pela população.
A Lapa é um dos únicos municípios da região metropolitana de Curitiba que possui aterro sanitário, com aprovação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Mas, para manter esta estrutura, gasta-se R$ 50 mil por mês. Além disso, para a coleta de lixo, é feito um investimento de mais R$ 50 mil por mês para contratação de empresa terceirizada. Há ainda a coleta dos entulhos, que é feita por funcionários da prefeitura, funcionários contratados, recolhendo dois caminhões de lixo por dia. Outro custo que deve ser contabilizado é o da varrição de ruas, que evita que lixo e entulhos sejam levados para os bueiros. Resultado: somando-se os custos de todas as etapas que envolvem a limpeza da cidade e a destinação do lixo, gasta-se mais de R$ 2 milhões por ano na Lapa.
Segundo o Prefeito Furiati, com a taxa de coleta de lixo, aprovada recentemente pela Câmara Municipal, será arrecadado cerca de R$ 300 mil por ano no município. Um valor que não cobrirá os custos que surgem por conta do lixo gerado pela população.
“Quando aprovamos a taxa de lixo, algumas pessoas oportunistas, sem absolutamente nenhum compromisso com a cidade, ficaram falando como se se tratasse de algo absurdo”, afirmou Furiati no programa de rádio.
O LIXO NO PAÍS
Mas, cada vez mais a realidade mostra que a população vai precisar se voltar ao problema do lixo gerado pela sociedade. E, cada vez será mais caro dar um destino correto a ele. A realidade mostra que 45% dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil (o equivalente a 67 mil toneladas por dia) ainda vão parar em lixões a céu aberto e outras destinações inadequadas. Sem contar as 20 mil toneladas por dia que nem sequer são coletadas e acabam abandonadas em córregos e terrenos baldios.
O Projeto de Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovado na Câmara dos Deputados e em discussão no Senado, é um importante avanço para o país e resultado de quase duas décadas de debates. Justamente para sanar esse grave problema, o projeto prevê um prazo de quatro anos para que os municípios ajustem a destinação final dos resíduos, extinguindo de vez os lixões e enviando para aterros sanitários somente os chamados rejeitos, materiais que não podem mais ser aproveitados.
A tarefa no Brasil não é pequena, uma vez que no país são geradas mais de 160 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. Não pode-se esquecer que a geração de resíduos sólidos está diretamente relacionada ao hábito de consumo das pessoas.
NA LAPA
A Lapa já está um passo a frente de muitas cidades no Brasil. Além do aterro sanitário já em funcionamento, há o incentivo à Recilapa, a associação dos trabalhadores de reciclados. Nesse sentido o poder público vem atuando fortemente, para que os trabalhadores possam se desenvolver contando com incentivos e benefícios.
Como destino final do lixo era utilizada a área provisória do ”Lixão”, às margens da BR-476. Em 2003 iniciou-se o projeto de implantação do novo aterro sanitário, em uma área de 1.329.744m², na localidade de Quarteirão do Passa Dois, a 5 km da sede, no Km 67 da BR-476, 2km ao Norte da rodovia. Este aterro tem uma perspectiva de utilização de 20 anos para coleta normal e 40 anos para coleta seletiva.
Essas ações só comprovam que somente com planejamento e adoção de uma gestão integrada de resíduos é possível resolver a problemática do lixo em nosso país, sendo que para tanto fazem-se necessários investimentos que, é claro, serão proporcionais à quantidade de resíduos gerados e à solução eleita.
Legenda foto: A geração cada vez maior de resíduos e a necessidade de destinação correta fará aumentar cada vez mais os gastos do poder público com a área.