A cultura da Lapa em seus casarios

Dando continuidade ao resgate histórico em comemoração ao título de Capital Brasileira da Cultura em 2011, trazemos a você, leitor, curiosidades sobre a Casa de Câmara e Cadeia e a Casa Vermelha. Os dados foram organizados pela Diretora do Theatro São João, Nádia Burda.

Câmara e Cadeia

Desde 1837 há registros do começo da construção desta casa, que só teve as chaves solenemente entregues ao município em 1868.

De estilo luso-brasileiro, único exemplar de câmara e cadeia que restou no estado do Paraná, segue um estilo arquitetônico tradicional, com parte de sua alvenaria feita de pedras do Monge. Em 1880 recebeu a visita de Dom Pedro II, que indultou dois presos que ali pediram suas graças.

No pavimento térreo abriga o museu de armas, que além de tesouros do Cerco da Lapa, abriga peças raras da primeira e segunda guerra mundiais, entre outros.

Após a primeira restauração, em 1981, voltou a abrigar no pavimento superior a Câmara Municipal da cidade, resgatando o uso original, fato raro no Brasil.

Por essa razão, o Senado Federal outorgou a Câmara Municipal da Lapa diploma alusivo ao fato.

Casa Vermelha

Considerada pelos lapianos como a primeira casa da cidade, construída no sistema de “Taipa”ou “Pau a pique” (fato que pode ser observado pelos turistas em um recorte feito na parede), feita justamente para atender aos tropeiros como armazém de secos e molhados.

O maior interesse de sua arquitetura está na união de duas fases marcantes de sua história: a morada/comércio, tipicamente em estilo luso-brasileiro, e a sua ampliação para fins hoteleiros em estilo alemão no final do século XIX.

Durante décadas na casa, além do hotel e do armazém de secos e molhados, funcionou também o principal ponto de aluguel de diligências e troles para longas viagens dos caixeiros viajantes, ou para cortejos nupciais, onde os troles eram enfeitados com todo capricho e davam um toque singelo de beleza bucólica.

Uma das últimas moradoras da casa, conhecida como Nenê Pires, conservava com esmero os ambientes sempre em tom rosa e mantinha o assoalho vermelho e reluzente. O tom rosa forte que era usado na pintura da casa nas últimas décadas causou o nome com que ela é hoje conhecida, “Casa Vermelha”. Do jardim sempre florido, resta ainda hoje um cedro centenário plantado em 1901 pela mãe de Dona Nenê Pires.

Abriga hoje, além do acervo do museu dos tropeiros, o Centro de Artesanato Aloisio Magalhães, em homenagem àquele que deu a Lapa grande auxílio na restauração dos casarios. Cestarias, quadros, bordados, bibelôs, tecelagem, louças, uma infinidade de produtos produzidos pelos artesãos locais está exposto com o mesmo capricho de Dona Nenê Pires, deleitando os olhares e encantando nossos visitantes.

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