Há 4.327.000 anos atrás, Deus estava passeando no Paraíso para ver se não estava faltando comida aos bichos.

Olhava de um lugar para outro, observava se estavam satisfeitos com suas belezas físicas e se estavam alegres com seus modos de ser e viver, e Deus até dava rizada das narrações que ouvia, que até balançava o seu bigode.

Houve uma hora que Deus achou tanta graça, que colocou sua mão na boca para tampar o sorriso, que chegou a entortar um lado do bigode, que até a bicharada que estava por perto, achou graça, e quase se mataram de rir.

Bem, ai Deus falou:- “Como estas tú, minha querida Girafa?” A girafa meio encabulada falou a Deus:- “Meu Deus, às vezes eu fico com vergonha de ter um pescoço tão grande”, aí Deus respondeu-Minha querida Girafa, eu gosto tanto de você, que te dotei de um pescoço grande, para que possas comer as folhas das árvores, no caso de faltar ervas verdes no solo”.

A girafa ficou admirada e agradeceu a Deus pela dádiva de sobreviver até mesmo na dificuldade.

Em seguida chegou o elefante perto de Deus, abanou as orelhas para frente e para trás, e disse à Deus:-“ Meu Deus, por que me fizeste comer com o nariz e não utilizar as mãos para o ato da vida?”. Deus respondeu:=-“ Meu querido Elefante, te dotei de um corpo grande, bonito e te fiz diferente de todos; fiz-te comer pegando as coisas através do nariz para sentires o frescor das ervas, o aroma, e te deliciares quando fores te alimentar e quando chegares perto de uma criança, um ser humano, todos sintam vontade de pegar no teu nariz; te dotei do nariz mais bonito do reino animal.

O elefante, até então, não havia pensado em tantos privilégios que um nariz pudesse ter; até no ato de tomar banho ou se refrescar do calor, é só aspirar água com a tromba e espargir no corpo; até uma chuva forte é chamada de tromba d’água. O elefante olhou para Deus, e disse: ”muito obrigado”. O elefante ficou tão feliz, que esticou a tromba num riozinho que havia ali perto, aspirou um pouco d’água, e jogou-a para cima em seu corpo, que até molhou um pouco a Mão de Deus. Aí os Dois começaram a dar muita risada

O leão foi chegando, deu um rugido, ohhhhhhh, que até Deus, que estava distraído, olhando de um lado para outro, levou um susto… que quase caiu sentado, que Ele mesmo achou graça, e entre sorrisos e meio encabulado, exclamou:- ”Seja benvindo, Rei dos Animais”. O leão ficou tão vaidoso, que começou a andar até de lado.

Aí, o leão que estava meio triste com sua juba, e achava que tinha que barbear a juba e não tinha como, até porque não tinha um facão bem afiado, e também tinha medo de cortar o pescoço, pois a barba era no pescoço e bem grossa.

Deus olhou para ele, com aquele olhar sereno, sorridente, e assim disse ao leão:-“ Meu nobre Leão, veja só que imponência é teu corpo; te dotei de majestade; nem precisas de medalhas, nem de roupas e nem penachos para te apresentar perante o reino dos animais; basta dar um rugido, e todos saberão que está chegando do Rei dos Animais.

O leão não se aguentando de satisfação, baixou a cabeça e disse: muito obrigado Senhor, eu era o Rei e não sabia, e dava tanta risada de satisfação que até a bicharada ficaram admirados como o leão estava tranquilo e simpático.

Nisso vem vindo a cobra assobiando e dava uns gritos desesperados: Meu Deus, o Senhor me fez aleijada, dá até a impressão que quatro bichos me comeram as pernas; cada um puxando para um lado e arrancaram minhas pernas, e mais ainda, me fizeste sem rabo e sem pescoço, e me fizeste com um olho apavorante, que até dizem: –teu olhar é pior que olho de cobra .

Aí Deus olhou com ternura para a cobra, pegou-a em Seus Braços e disse:-” Minha adorada criatura, te dotei da maravilha da criação; uma criatura sem perna !; você já imaginou isto ?.”!

A cobra ficou admirada. Veja só minha querida cobra, você foi escolhida por sua simpatia, sua graciosidade e seus encantos , oferecer e tentar a Eva , a comer a Fruta do Paraíso, aquela fruta do Bem e do Mal, e só você poderia fazer isto, com teu olhar altivo, penetrante e sedutor, aí a cobra não se aguentou de satisfação e também comeu várias maçãs do Paraíso.

E assim foi vindo a bicharada e falando com Deus e seus choramingo foram se transformando em admirações e cada um ficando satisfeitos com as maravilhas de seu corpo e agradecidos a Deus, pelo Dom da vida que receberam.

Em dado momento, chegaram o galo e o jumento e Deus ficou alegre com aquelas criaturas a quem atribuiu missões importantes.

O jumento chegando perto de Deus, mexeu com as orelhas e disse um tanto indignado:-´Meu Deus, me deste uma orelha tão grande, que quando um ser humano parece ter pouca inteligência, já diz: tú tens orelha de burro, ao que Deus respondeu:-“Meu querido jumento, gosto tanto de tí, que te dei a missão mais importante do mundo, a de carregar o Salvador do Mundo no teu dorso, para O levar ao Egito, fugindo de Herodes que lhe queria tirar a vida e te dei uma orelha grande para escutar de longe os soldado de Herodes e tu teres tempo de correr e se esconder de seus algozes e salvares o Rei da Terra.

O jumento ficou admirado com tanta dádiva e se ajoelhou perante Deus, diante de tantos atributos e caiu em prantos de emoção.

Nisso o galo cantou e nesse seu canto, conseguiu falar :-“ Meu Deus, por que que eu sou ave e não voo ?, me fizeste com defeito “…Não, dileta criatura; não te fiz voar para que estejas sempre ao lado do homem, para que cantes e o homem ouça o mais belo cantar das aves.

Te dei a mais bela voz do reino animal, e mais que isto, teu canto marca a sublime lembrança da consciência humana, quando meu dileto Filho Jesus Cristo, falando a Pedro, lhe disse:-“ Pedro, me negarás três vezes, antes que o galo cante 2 vezes.”

Eis então porque teu canto, representa a consciência de humanidade diante da negação de atos, e eis porque voar, se torna distante do local da consciência.

O galo tem de estar perto do homem e sempre marcar com seu canto a lembrança do Filho de Deus na Terra.

Após tantas maravilhas explicadas, os animais e as aves comeram os frutos da terra e resolveram fazer a dança da bicharada, para comemorar tão belas explicações que os emocionaram ao ouvir suas virtudes; quase se mataram de rir de tão engraçado que era a dança dos pares que escolheram. Meu chapéu de palha, foi uma dança muito graciosa.

O bugio que tem barba grande na face, resolveu dançar com o leão, que tem barba no pescoço, e não se aguentando de rir, dava muita risada, rohh, rohh rooooooohhhhhh, e ai brincando com o leão, dizia : Leão passe o fação no pescoço e faça a barba. O leão meio encabulado, respondia, é capaz do facão me degolar e vão dizer que o leão se suicidou.

A galinha d’angola resolveu dançar com o canguru, e o canguru dava tanto pulo, que a galinha d’angola ficou muito fraca e começou a gritar: to fraco, to fraco, to fraco…

A galinha d’angola queria dançar um minueto, mas o canguru não sabia; so´ sabia pular e dançar marchas e dobrados.

Diante de tantas graças e alegrias de danças exóticas, a hiena se matava de rir, ri,ri, riiiiiii, o marreco se partia de gargalhar, quá quá, quá quá, quá quá. Depois de tanta alegria, de ouvir Deus, dançar e ficarem feliz com Deus agradeceram, se ajoelharam diante do Criador e já estando no entardecer, adormeceram felizes com suas virtudes e olhando para Deus, agradeceram, dizendo ‘BENDITO SEJA O SENHOR.

Lapa, PR, 24 ABR 2011-Dia de Páscoa.

ABDALLA JOÃO DARDAQUE