A utilidade de um jornal

Você sabe dizer qual é a utilidade de um jornal, leitor? É, sim, de noticiar, informar, deixar a população por dentro dos acontecimentos.

É através das páginas de um jornal que se conta, muitas vezes, a história de um município, de um povo, de uma nação. E não é à toa que dizem que o jornalista é parente próximo do historiador. Ele “constrói” a história do dia. Ele é quem recorta os fatos mais importantes e os traz à tona.

A Tribuna vem “recortando” os fatos mais importantes da Lapa nos últimos 35 anos. Quer saber o que aconteceu de importante neste período? Abra a edição da época e estará lá!

Nesta edição trazemos as principais matérias publicadas no “pequeno Grande” nestes anos de história!

São 35 anos de luta. Tudo iniciado com um sonho de Aramis Gorniski e levado adiante por conta de seu idealismo, coragem e teimosia. Também contribuíram com o sonho de Aramis muitos de seus amigos. Muitos já não estão mais aqui, mas colaboraram para enriquecer ainda mais o conteúdo das páginas do semanário.

Foram muitas dificuldades, mas também muitas conquistas. Cada edição conta a história do município, mas conta também a luta deste jornalista que não temia divulgar suas idéias, sua posição, mesmo que isso gerasse inimizades ou tivesse como consequência processos judiciais. E foram muitos durante esses anos. E, em todos, leitor, o pequeno Grande saiu vitorioso.

O “jornalzinho” iniciou dentro de casa. Há poucos anos, quem visitava a redação acabava visitando também a residência dos Gorniski. Aramis, sempre com uma cuia na mão, oferecendo um bom mate da Erva Legendária para os que aqui chegavam. Atualmente a Tribuna tem sua própria sede, em frente à residência, logo ali, do outro lado da rua. Uma grande conquista após tantos anos de trabalho. Finalmente a Dona Suzana tem sua privacidade, pode fazer seus quitutes e a bagunça na cozinha sem se preocupar se vai chegar um político importante e ver tudo fora do lugar. Tudo bem, tudo bem… Às vezes, ainda passa “apertos”, quando resolvemos levar a visita até lá para bater um papo mais tranquilo. Mas, nada como o costume de tantos anos para deixar essas coisas para lá e seguir com a conversa tranquilamente! Afinal, valem as pessoas e não o que têm ou onde estão!

Mas, voltando das divagações, retornamos à utilidade do jornal. José Carlos Alves Ribeiro, Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Jornais do Interior (ABRAJORI), em texto publicado na capa da Tribuna, em sua edição 804, de 27 de fevereiro de 1994, dizia que “Muita gente pensa que o principal inimigo do brasileiro é a inflação, ou que é o desemprego ou a corrupção. Mas, na verdade, o grande inimigo é a falta de circulação das informações”.

E ele continua, mais à frente: “O preço da desinformação, embutido no processo de educação, que não prepara o cidadão para o melhor uso dos serviços e equipamentos comunitários, e no noticiário, que supre no mais das vezes a avidez da elite pelas fofocas maledicentes das cortes e pelos acontecimentos sensacionais, é pago pela eterna esperança dos melhores dias que todos sabem que, desta forma, nunca chegarão. Pelo menos para todos”. (…) “O papel da imprensa – divulgando os fatos isentamente – fica assim cada vez mais claro e importante no processo de aperfeiçoamento da democracia política como instrumento da cidadania esclarecida”. (…) “O papel da imprensa é fazer da informação o mecanismo pelo qual os brasileiros possam por si mesmos dar ao País o presente que ele merece.”

Os trechos do texto de José Carlos Alves Ribeiro demonstram a importância de fazer jornal e de ler jornal. O conteúdo da Tribuna pode não ter mudado o País, ou a realidade da cidade. Mas, mudou, com certeza, a visão de muitos leitores, mostrando verdadeira a máxima de que antes de mudarmos o mundo, temos que mudar a nossa mentalidade.

E, para fazer jornal e modificar mentalidades, nestes 35 anos, contamos com o apoio de diversas pessoas, escrevendo, anunciando, opinando, criticando, lendo, assinando, comprando exemplar na banca, entregando o jornal nas casas…

E, não esquecendo dos garotos que colaboram na entrega do jornal – já que não basta escrever, diagramar, imprimir, é preciso que ele chegue até você: trazemos também a fotografia de uma escultura de entregador de jornal, quase uma réplica daquele menino que aparecia desenhado ao lado da logomarca da Tribuna, na capa do jornal. O desenho do Garcia, agora da Renan Loterias, que tanto marcou a história do pequeno Grande! E tanto marcou que o assíduo leitor João José de Almeida nos presenteou com esta escultura. Um presente recebido com muito carinho e que hoje está bem guardado em casa. E que nos faz lembrar, cada vez que batemos o olho na estatueta, de um pedacinho da história deste semanário, de como foi construída sua trajetória…

Obrigada João José pelo carinho! Obrigada a todos aqueles que fazem e fizeram parte desta história!

Nesta data tão especial, impossível não lembrar de todos os que fizeram parte destes 35 anos e que nos viram crescer, às voltas de Aramis, primeiro com sua máquina de escrever e depois com o computador, quando o jornal ainda estava lá em casa. Aqueles que estiveram conosco nesta trajetória, com sentimento sincero de amizade, nunca serão esquecidos. E, estes sim, com certeza ajudaram a Tribuna a registrar a história de 35 dos 242 anos da Lapa!

E, com esta edição especial, queremos mostrar a você a utilidade de um jornal! Do pequeno Grande jornal da Lapa e região!

Mas, se ainda assim, você estiver convencido que ele não é útil, leia o Bate Papo de Aramis Gorniski da edição 812, de 01 a 07 de maio de 1994!

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E na edição 812…

No dia seguinte o jornal não deixa de ser aproveitável. Lido, seu uso está no que a imaginação fértil possa indicar.

Jornal velho, como o novo, é sério, é fútil, é lúdico, é cômico, é trágico, é útil.

Ainda depois de lido instiga a visão e o raciocínio.

Estendido sobre a vitrina ou o vidro de uma janela, prima pela opacidade.

Num embrulho displicente, disfarça o dinheiro e, contrariando sua finalidade, esconde o real dos curiosos e da voracidade dos ladrões.

Embrulha mais coisas boas e más do que se possa imaginar. São as mercadorias da feira e as pessoas no “conto do paco”, quando finge que é dinheiro.

Utiliza-o o detetive no filme de mistério e, escondido por trás dele, incógnito, vigia os movimentos do bandido no saguão do hotel…

Serve ao rico e também aos pobres. Mais ao pobre, é claro. Na periferia da cidade é o comércio de papel velho, especialmente de jornal, que alimenta milhares de pessoas. No barraco é a “solução da lavoura”: veda o furo da parede, encobre a janela sem vidro. Colocado por baixo de roupa, agasalha no inverno. Aquece o pé, forra a sola furada, isola o sapato molhado, é enchimento de número maior para que caiba no pé pequeno.

Não só protege o peito do pobre, forra o do motoqueiro também. Cobre o radiador do carro, protegendo-o do vento gélido do inverno.

Seca as mãos, absorve líquidos em superfície.

Usado sobre o estômago, durante uma viagem de ônibus, evita o enjôo.

Com ele se faz uma boa tela para imobilização em primeiros socorros.

É cobertor de mendigo e de morto em via pública.

É abanador nos dias quentes e abafados. Substitui a palha do fumo de corda, quando este falta.

É chapéu de pintor, de criança que brinca de soltado e, simplesmente aberto sobre a cabeça, livra quem o usa da inclemência do sol e da chuva…

É brinquedo, bola de pelada, peteca, barquinho na chuva, vários tipos de aviões, a pandorga, a roupa da boneca, a dobradura.

Transformando em pasta de celulose vira marionete, fantoche, campo verde e onduloso de maquete, folha, mata borrão.

Por isso e mais um pouco não jogue fora o seu jornal.

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Um jingle para a Tribuna

Com toda a certeza, de onde Aramis Gorniski estiver, deve estar orgulhoso pelo trabalho feito por Otávio Neto e sua equipe, da Invox Produções. Nós pedimos a ele que produzisse spots para rádio, divulgando a Tribuna.

E ele fez o texto abaixo, que já está sendo veiculado nas rádios da região, parabenizando a cidade:

“A Lapa escreveu um capítulo importante na história do Brasil. A bravura e a coragem dos heróis lapeanos estará para sempre registrada nas principais páginas dos marcos importantes do nosso país. A Tribuna Regional orgulha-se de semanalmente escrever em suas páginas sobre essa legendária cidade. No ano em que a Lapa comemora seus 242 anos, comemoramos 35 capítulos desta bela história, escritos com compromisso com a informação e a verdade. Parabéns Lapa!

Queremos continuar a escrever a sua história de conquistas por muitos e muitos anos. A Tribuna Regional: há 35 anos o Jornal de Verdade!”

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