Universitários dizem que a Lapa é pouco atraente para profissionais recém formados

Segundo o censo demográfico de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Lapa possui 44.932 habitantes. A cidade conta atualmente com 10 escolas de Ensino Médio, sendo oito delas públicas e duas particulares. Segundo o último levantamento, o número de alunos matriculados cai 58,4 % desde o primeiro ano do ensino fundamental até o último ano do ensino médio.

Mesmo com os incentivos governamentais para os jovens concluírem o nível superior, na cidade o número de adolescentes que possuem nível universitário ainda é baixo levando em conta a quantidade de alunos que se forma na terceira série do ensino médio por ano e não pretende levar seus estudos adiante.

Na maioria das vezes os estudantes da cidade optam por fazer seu ensino superior em uma instituição próxima. As universidades mais procuradas pelos estudantes da Lapa nos últimos anos são a Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, a Universidade do Contestado (UnC), em Mafra, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em Ponta Grossa, a Faculdade Educacional de Araucária (FACEAR), em Araucária, e a Faculdade Educacional da Lapa (FAEL).

O que se percebe é que o número de jovens que tenta concluir uma universidade ou faculdade aumentou. Estes, por vezes, se mostram insatisfeitos com o que a cidade tem a lhes oferecer depois de formados. “O mercado da nossa cidade é muito fechado. Mesmo havendo áreas inexploradas é difícil começar algo novo aqui. Existe, sim, especialidades da odontologia que aqui não são exploradas, mas não pretendo voltar para a cidade”, diz a estudante do 2º ano de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ramona Kleinschmidt do Valle.

Depois da abertura da FAEL os jovens da cidade contaram com mais uma opção de estudo perto de casa. A faculdade conta com os cursos presenciais de Administração e Pedagogia. Apesar de ser uma instituição particular de ensino superior, são variadas as opções de pagamento e descontos para os estudantes. Os cursos são ministrados no período noturno, o que possibilita que os alunos trabalhem de dia e estudem a noite. “O mercado de trabalho para os administradores na cidade é grande, mas falta oportunidade de pessoas novas entrarem nas empresas. Mesmo com as dificuldades da cidade pretendo me formar e abrir uma empresa minha, para quem sabe gerar mais oportunidades de empreendimentos na Lapa”, fala o aluno do 1º ano de Administração da Faculdade Educacional da Lapa, Joani Antônio Padilha de Lara.

Quando os alunos estudam em cidades próximas, por vezes trabalham durante o dia e estudam a noite, se deslocando para as cidades vizinhas e voltando todos os dias. Já quando o curso possui período mais longo os jovens mudam da Lapa e voltam algumas vezes por mês para rever seus parentes e amigos.

Em alguns casos a cidade ainda possui mercado aberto, porém não é apenas a lei da oferta e da procura que funciona na cidade. Mesmo havendo espaço para novos profissionais os adolescentes preferem não ficar na cidade. “A Lapa possui muitos advogados, mas ainda há espaço para estagiários e recém formados. Gosto da cidade e das pessoas, mas como pretendo prestar concurso, dificilmente ficarei por aqui por muito tempo”, conta a acadêmica do 2º ano de Direito da Faculdade Educacional de Araucária, Mariele Stanisk Bach.

Adrian Delponte é estudante de jornalismo e colaborador da Tribuna.

Foto: “Existem vários serviços que a Lapa não possui, porém o mercado diferenciado dificulta a abertura de novas especialidades na cidade”, conta Ramona Kleinschmidt.

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