Audiência pública será realizada com intuito de que HRLSS tenha atendimento regional

Problemas como o atendimento na pediatria e no PA devem ser questionados no evento

Fundado em outubro de 1927, com o nome de Sanatório São Sebastião, o hospital foi o primeiro do país, construído com verba pública, para o tratamento da tuberculose.

Aos 83 anos de funcionamento, o Hospital Regional São Sebastião nunca passou por uma reforma ampla que garanta o seu funcionamento dentro dos padrões exigidos tecnicamente.

Se passaram sete meses da nova gestão, responsável também pela administração do HRLSS, e os problemas continuam.

Segundo o SindSaúde, à Prefeitura cabe melhorar as unidades de saúde, garantir a maternidade reformada e com atendimento apropriado. Ao Estado cabe adequar e ampliar o atendimento do São Sebastião.

Para exigir melhoras no HRLSS, será realizada uma audiência pública no dia 29 de agosto, na Câmara Municipal da Lapa, às 18h.

Alguns temas que serão discutidos, segundo informa o SindSaúde: atender a necessidade do processo de saúde e doença da população da região; hospital adequado desafogando as estradas com ambulâncias superlotando os serviços de saúde da capital; atendimento mais próximo à residência dos moradores da região; entre outras reivindicações da população e usuários.

FIM DA PEDIATRIA

Na Conferência Municipal, o representante da Secretaria Estadual de Saúde e o chefe da 2ª Regional de Saúde, Matheus Chomatas, anunciou o fechamento da pediatria do Hospital São Sebastião. A população ficou sabendo que, em menos de 72 horas, as crianças não teriam mais atendimento na Lapa.

O Ministério Público Estadual abriu um procedimento investigatório sobre a situação. Chamou o Conselho Municipal de Saúde para debater o problema.

Na reunião do Conselho, Chomatas afirmou que a pediatria foi fechada para dar lugar ao internamento de mulheres com tuberculose.

De acordo com o chefe, que não mostrou qualquer procedimento garantindo o procedimento, as crianças da Lapa serão encaminhadas para o Hospital Infantil de Campo Largo.

Indagado pelo promotor do MP sobre a previsão de reabertura da pediatria do HRLSS, Chomatas disse que a pretensão do governo é reabrir o setor assim que termine a reforma na tisiologia masculina: em fevereiro de 2012.

ESPERA

Segundo o SindSaúde, após o fechamento da pediatria já houve caso de espera de cinco dias para internar uma criança lapeana.

O SindSaúde questiona, em seu informativo, se Campo Largo irá dar mesmo preferência ao internamento das crianças lapeanas; também questiona quantas vezes a espera se repetirá; e até quando as crianças e suas famílias terão de ficar no vai e vem da estrada para serem atendidos. E outro questionamento: quando o Estado irá contratar pediatras para o HRLSS?

PRONTO ATENDIMENTO – PA

O governo anterior assegurou que o Pronto Atendimento do São Sebastião atenderia vítimas de acidente de trânsito ou de violência. Já o diretor do Hospital, José Gaspar Bornancin, e Chomatas, afirmaram que o pronto atendimento do hospital não tem capacidade para atender trauma.

Na reunião do Conselho ficou claro que o vitimado de acidente fica num vai e vem prejudicial à recuperação. A ambulância do Siate resgata o paciente, leva para o Hipólito Amélia Alves de Araújo. Só depois de uma avaliação médica é que o paciente vai saber se precisa de raio-x. Em geral, é necessário. Só que o Hipólito está com o equipamento de raio-x quebrado há anos. Lá vai o paciente de volta para a ambulância para fazer o exame no HRLSS.

Feito o raio-x no São Sebastião, o paciente volta à ambulância. Pela terceira vez. Agora para retornar ao Hipólito. Com o resultado do exame, nova avaliação médica é feita. Se for um quadro mais grave, fica à espera de remoção para um hospital que disponha de atendimento de alta ou média complexidade.

POPULAÇÃO

Neste impasse entre governo estadual e municipal quem sofre as conseqüências é a população, que paga a cada dia mais impostos e não vê os seus direitos mais básicos serem respeitados.

O mínimo e extremamente necessário, que é o atendimento à saúde, é cada vez mais precário.

Por isso, é cada vez mais urgente que a população se una, se engaje e participe da audiência pública reivindicando soluções e melhorias.

Informações divulgadas no informativo “Raio X”, órgão de divulgação do SindSaúde/PR, de agosto de 2011, Especial Lapa.

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