Nós Somos a Lapa nas festividades do Cerco

Pelo quinto ano consecutivo, visão feminina da batalha ocorrida na Lapa será apresentada ao público.

O ano era 1894 e já nos primeiros dias de janeiro a população lapeana iria viver momentos dolorosos em uma batalha sangrenta. No dia 15 iniciaram-se os bombardeios na Lapa pelas tropas Federalistas.

Dois dias depois, em 17 de janeiro, na estação ferroviária lapeana, partiu o último trem do município, antes de ser fechado o Cerco na praça da Lapa.  Na mesma data, enquanto quem podia saía da cidade, federalistas partiam da Roseira sob o comando do General Piragibe, em três colunas para situarem a Lapa. No dia seguinte, 18 de janeiro, o Engenho Lacerda foi tomado pelos federalistas, assim como a estação ferroviária e o cemitério.

Este combate, regado a sangue e suor de muitos, fez com que o nome do município fosse marcado na história do país. Além de soldados, mulheres e crianças estavam no meio da batalha. E é a partir da visão sensível de uma matriarca lapeana que é contada a história do Cerco no espetáculo “Nós Somos a Lapa”.

A APRESENTAÇÃO

No dia 7 de fevereiro, dentro das festividades do Cerco da Lapa, a peça “Nós Somos a Lapa” será apresentada pelo quinto ano consecutivo ao público do município.  O espetáculo será apresentado por volta das 10h no pátio do Pantheon dos Heroes, após as celebrações militares do 15º GAC AP.

Com duração média de 30 minutos, conta a visão feminina do episódio histórico do Cerco da Lapa. Mulheres, escondidas nos porões das casas durante os dias de batalha, e que se recusaram a deixar a nossa cidade, com a função de cuidar dos feridos, idosos e crianças, chegando até mesmo a passar fome.

Para se preparar para a apresentação, a equipe irá ensaiar na Rua XV de Novembro, em frente ao Pantheon, nos dias 22, 23 e 24 de janeiro, entre as 17h e 19h. Por conta disso, a rua ficará fechada neste horário e dias.

COMO TUDO COMEÇOU

A partir do pedido da produtora cultural Valéria Borges da Silveira, que queria um espetáculo sobre o Cerco da Lapa, a então diretora do Theatro São João, Nádia Burda, montou o espetáculo “Nós Somos a Lapa” baseando-se em texto de Betty Burda (do livro “Sou Josefa, Sou Joana, Sou Rita” – uma visão feminina do Cerco). A primeira montagem aconteceu em 9 de fevereiro de 2009, já com apoio do 15º GAC AP, que disponibilizou os soldados e os uniformes históricos, assim como a participação do Sargento Rodrigo na montagem das cenas militares.

O nome da peça surgiu após uma sugestão de Márcio Assad, que assistiu uma outra peça com a seguinte fala: “Eu sou a Lapa!”. O grupo gostou da ideia e, assim, o texto de Betty Burda ganhou o nome de “Nós Somos a Lapa”.

A partir de 2010, o Sub Tenente Lino substituiu Marcos Ulick no papel do General Carneiro e o 15º GACAP começou a trazer à Lapa alunos de escolas militares conceituadas, como a ECEME, do Rio de Janeiro, e a ESA, de Minas Gerais, entre outros motivos, para apreciar a peça teatral, que começou a ser apresentada em outras datas além do 9 de fevereiro.

Em 2011, com a chegada do Tenente Coronel Chiesa, um grande incentivador da cultura, e justamente por este motivo é agora cidadão honorário de nossa cidade, começou a surgir a idéia de uma ampliação do espetáculo, com maior atenção para as cenas de batalha. Para tanto, aconteceram espetáculos militares dentro do 15º GAC AP, três deles dirigidos pelo Sub Tenente Lino e um dirigido pela Nádia, já visando trazer ao Pantheon cenas de batalha.

Em 2013, a nova gestão pública municipal juntamente, com o 15º GAC AP optou por dar continuidade a este trabalho, que é feito por lapeanos e para os lapeanos! São diversos voluntários que se unem para reviver o Cerco da Lapa, episódio final da revolução federalista. Não perca!

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