Vivemos atualmente em um processo globalizado onde tudo corre. O que fizemos ontem já não serve para hoje e o que vamos fazer amanhã… amanhã pensarei nisto. Vivemos deste modo porque se não o fizermos a sociedade passará por cima de nós como um furacão e poderemos ser cunhados de preguiçosos ou incompetentes, mesmo sem saber muitas vezes até mesmo onde queremos chegar. E deste modo, ao longo de todo o processo, muitas pessoas são deixadas à margem, fazendo até com que o Estado, serviços públicos e toda a aparelhagem estatal passem a não fazer sentido, onde pessoas passam a administrar os bens públicos como se fossem de sua propriedade, tornando tal hábito, face ao seu consequente aumento, como se fosse normal, incontestavelmente normal…
Aí surge o grande questionamento: Desaprendemos a pensar? Devemos passar pela nossa curta existência apenas aceitando o que nos é imposto? Nada pode ser mudado?
Conseguimos discutir sobre nosso time que empatou ou perdeu no final de semana. Sabemos quanto o técnico ganha e discutimos o salário dos jogadores, mas somos incapazes de parar, pensar e discutir sobre a verba que poderia tapar os buracos de nossa rua ou a verba com que vai ser possível transportar nossos filhos até a escola. De onde ela vem? Esta sendo bem utilizada? Podemos ajudar com sugestões?
Não temos a pretensão de saber todas as respostas, mas podemos parar por alguns momentos e começar a pensar e seguir o que disse certa vez o filosofo Aristóteles: “com amigos se pensa e se age melhor” (Ética a Nicômacos, 1155 a. 3, Brasília,Edit. UnB, 1999, p. 153). O convite está feito e não precisamos ser especialistas em todas as matérias, nem mesmo o mais eloquente dos palestrantes, mas podemos pensar de forma simples e ajudar a resolver nossos problemas. Não precisamos pensar que para mudar o mundo precisamos fazer grandes coisas que apareçam nas mídias, mas podemos começar mudando o ambiente ao nosso redor, nossa rua, nossa cidade. Um problema se torna mais simples se o quebramos em pedaços menores e com certeza a sua resolução se dará de forma mais simples.
Lima Barreto certa vez disse: “Temos todos os climas, todos os frutos, todos os minerais e animais úteis, as melhores terras de cultura, a gente mais valente, mais hospitaleira, mais doce e mais inteligente do mundo – o que precisava mais? Tempo e um pouco de originalidade.”
E ouso complementar: tempo para pensar e coragem para organizar e planejar o futuro…
Carlos A. Santa Clara – Acadêmico ADM Pública UFPR.
