Na Lapa está acontecendo um fenômeno bem interessante relacionado ao vertiginoso crescimento da atividade leiteira: a grande presença de jovens na linha de frente.
Um desses jovens empreendedores que vem se destacando é o Cleverson Luiz Sera Caus. Oriundo de uma tradicional família da comunidade do Registro Velho, com tradição na atividade leiteira, aos 18 anos de idade foi presenteado pelos pais com sete bezerras de aptidão leiteira, visando incentivá-lo para a atividade. Mas, justo nessa época, foi convocado para se engajar no Exército, lá permanecendo por sete anos. No entanto, em suas folgas estava sempre envolvido com as atividades das propriedades leiteiras do pai e da Tia Geni, onde mantinha seu rebanho, que a cada ano crescia mais.
Para aprimorar seus conhecimentos, Cleverson, sempre que podia, corria atrás de informações, cursos e outras formas de qualificação. Assim, em 2005, fez o curso de inseminação artificial, passando a prestar serviços para os interessados. Três anos depois, em 2008, seu rebanho já contava com 30 animais. Nesse momento tomou a decisão de dar baixa no Exército e dedicar-se somente ao leite, cuidando de seus animais e também prestando serviços de inseminação.
Em 2010 passou a representar uma empresa de comercialização de sêmen bovino. Na ocasião fez cursos de Avaliação Morfológica e de Acasalamento, buscando dessa forma se aprimorar mais na área de reprodução de bovinos de leite.
Ao longo do tempo utilizou alguns recursos bancários para custeio e investimento. No início, o empréstimo era conquistado em nome do pai. Mas, a partir de 2011 passou a utilizar o crédito diretamente em seu nome, para custeio e investimento. Em 2013, através de projeto elaborado pelo Instituto EMATER, financiou um trator através do Programa Trator Solidário do Governo do Estado do Paraná.
Atualmente conta com um rebanho de 77 animais, dos quais 39 são vacas em ordenha, com produção diária de 1.200 litros de leite.
Mas, Cleverson não pretende parar por aí. Ele continua pensando longe! Os próximos investimentos serão o poço artesiano, para ter água em quantidade e de qualidade; a construção de esterqueiras revestidas para melhor aproveitar os dejetos e efluentes como adubo, bem como minimizar a pressão ambiental provocada pelos dejetos dos animais; e construir um barracão para passar a produzir leite no sistema de confinamento do gado de leite.