O singular na época de Advento

As pessoas cristãs chamam as semanas que precedem as festas no fim do ano de época de Advento. Advento significa chegada. Elas esperam pela chegada de Jesus Cristo, em duas perspectivas. Uma na qual são inspiradas, pela fé, conforme é o conteúdo das promessas e do cumprimento das profecias acerca de Cristo. Outra na qual, a partir dos Ensinos de Cristo, pela fé, repetindo, aguardam a segunda vinda dEle.

            A época de advento é especial e singular quando a pergunta, a tarefa e a atitude dele são inspiradas pelos respectivos desdobramentos à maneira do Evangelho do Filho de Deus, Cristo.

Olhando a seu redor e para dentro de si, elas perguntam, como João Batista, preso e aflito: “És tu, Jesus, aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mateus 11.3). Eis a pergunta do Advento. Ela já surgiu na ‘vizinhança imediata’ de Jesus e moveu essas pessoas próximas a Ele. Iluminadas e inspiradas pelas profecias e seu cumprimento, experimentam, contudo, existencialmente, nova vida pela fé nos Benefícios de Cristo, ouvindo e seguindo a Ele, sob a cruz. Só saiu perdendo quem se opunha a Ele. Que pena!

Jesus responde a pergunta de João: “Ide e anunciai a João” – e aos demais que perguntam deste jeito – “o que estais ouvindo e vendo” (Mt 11.4). Eis a tarefa de Advento. Comunicar o que ouvimos e vemos em verdade e de fato. Sim, acontecem coisas incríveis, verdadeiros milagres – lá e cá. Dificilmente, no entanto, conosco. Aí fica quase tudo no mesmo, não poucas vezes, aparentemente. Como, aliás, com João Batista, que continuou preso e, logo mais, foi decapitado (Mt 14.1-12). A impressão real que dá é de derrota e fracasso total.

Sob tal perspectiva e experiência, preferimos ficar calados. Igual a João, de quem não se sabe como recebeu a mensagem de Jesus. Parece compreensível. Mas não corresponde ao Advento. A atitude do Advento se resume na frase de Jesus: “Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mt 11.6). Aquele que cogita dos propósitos dEle e não de seus próprios (Mt 16.23). Aquele que “nada sabe senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1 Coríntios 2.2). Pois é, quem é Jesus Cristo só se revela a quem O segue “em morte e dor”. Daí experimenta que Ele “abre segura via” a Seu povo, a quem, então, “tudo é possível”.

O singular da época presente é a compenetração. Só assim seremos capazes de constatar reorientação, consolo, fortalecimento – dia após dia. Isso tudo na espera da chegada incontestável daquele que já veio uma vez. Essa Sua chegada, aguardada hoje, o Segundo Advento, pela fé em Cristo nos faz confiantes, evita que sucumbamos em meio a tudo que nos aperreia e quer tirar a esperança verdadeira.

As pessoas próximas a Cristo, apesar de, dispõem de algo que lhes proporciona tranquilidade dia e noite: O Reino de Deus é real em sua vida. Contudo, confessam, pela fé em Cristo, “mas isto, até agora, ainda não é a realidade toda”.

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