União dos Artistas Lapeanos (UAL) apresentará espetáculo teatral sobre o Cerco da Lapa, com participação de 130 atores. Trabalho, feito de lapeanos para lapeanos, será apresentado na Alameda no dia 11 de fevereiro.
Belos casarios, lampiões a iluminar as ruas… O ano era 1894. Data do episódio militar que ocorreu durante a Revolução Federalista, quando a cidade da Lapa tornou-se arena de um sangrento confronto entre as tropas republicanas, os chamados pica-paus (legalistas), e os maragatos (federalistas), contrários ao sistema presidencialista de governo. Os legalistas (pica-paus) resistiram bravamente ao cerco por 26 dias, mas sucumbiram pela falta de munição e comida.
Essa é a história oficial, registrada pelos livros. Mas, por trás dela, há outras, contadas por pessoas comuns, que viveram aqueles dias tristes da guerra. Pessoas que viram amigos e familiares perderem a vida na batalha. Que passaram fome e diversas outras necessidades por conta de um confronto do qual não faziam, a princípio, parte.
São esses detalhes do Cerco da Lapa que, de forma sensível, serão trazidos ao público pelo espetáculo “Lágrimas de uma guerra”, que será encenado no dia 11 de fevereiro, às 19h30min, na Alameda David Carneiro.
A peça é ambientada no ano de 1894 e conta as histórias de superação, fibra e coragem dos moradores da pequena cidade da Lapa, tendo como personagem central Dona Maria, uma mãe de família que levava uma vida tranquila e cheia de planos e que, após o alistamento de seus filhos Augusto e Manoel nas forças armadas, depara-se com as angústias e tristezas de uma guerra.
Inspirado em fatos reais, o espetáculo retrata os diversos episódios ocorridos na cidade durante o Cerco e tem por objetivo levar o espectador a uma reflexão a respeito da importância da preservação da memória, bem como da contribuição que os fatos ocorridos no município deram para a história do país.
FORÇA TAREFA
Para levar ao público a emocionante história de “Lágrimas de uma guerra”, a União dos Artistas Lapeanos (UAL), responsável pela apresentação, tem a participação de nada menos que 130 pessoas. São atores, dançarinos, poetas e músicos que, de forma voluntária, estão trabalhando há cerca de seis meses para levar ao palco a história, que promete emocionar as pessoas.
Com mais de 12 anos de experiência no teatro, a atriz e diretora Mara Ganzert será a diretora do espetáculo. Ela contou à Tribuna que é um desafio enorme a realização do trabalho, por envolver tantas pessoas, com diversas habilidades artísticas. “Pessoas de várias idades estão unidas em um comovente esforço para produzir um espetáculo que promova o resgate da memória. Elas buscam não apenas dar a sua contribuição, mas deixar um legado cultural para as futuras gerações”, comenta.
NOVIDADES
Em anos anteriores, o grupo de artistas voluntários já emocionou o público com as apresentações alusivas ao Cerco da Lapa. Sempre contando com a participação de grupos culturais e artísticos locais, além de apoio de algumas instituições, os espetáculos foram se tornando cada vez maiores e mais emocionantes.
Em 2017, a apresentação terá como novidade a participação de atores surdos e a tradução simultânea da peça, feita pela intérprete de libras (língua de sinais) Jeanen Machado. Segundo ela, é muito importante frisar que esse trabalho, de tradução simultânea para os surdos e mudos, já existe em várias cidades do Brasil e do mundo, e na Lapa será feita de forma pioneira neste espetáculo.
Também na apresentação estarão presentes integrantes do 15º GAC AP e do Regimento Coronel Dulcídio (de Polícia Montada). Além deles, haverá participação de poetas, trovadores e músicos.
DESDE 2009
Os espetáculos alusivos às comemorações do Cerco da Lapa têm sido encenados ao ar livre, anualmente, desde 2009. O primeiro espetáculo encenado foi a peça “Nós somos a Lapa”, de iniciativa de Nádia Burda e Valéria Borges da Silveira.
Desde o início aconteceram parcerias com a Prefeitura da Lapa, Exército Brasileiro (Quartel do 15º GAC AP), grupos culturais da cidade e voluntários. Toda essa união acabou promovendo o resgate da história e fomentando importantes reflexões sobre o episódio, além de valorizar os talentos locais.
As apresentações foram crescendo cada vez mais e entraram definitivamente no calendário cultural lapeano. Os envolvidos deram vida aos mais de oito anos de espetáculos apresentados.
A UNIÃO
No ano de 2016, pensando em dar continuidade aos espetáculos sobre o Cerco da Lapa, diretores dos grupos culturais da cidade se mobilizaram para prosseguir com as belíssimas apresentações. Assim, criou-se União dos Artistas Lapeanos, a UAL.
Vários artistas locais estão envolvidos no projeto. Grupos de teatro, de música, de dança… Entre eles, o Grupo de Teatro Animathéia, o Mistura Lapeana, o Grupo Palhaçantes, o Grupo Amizarte, o Studio de Dança Isabel Pellegrini, o Grupo de Dança Gaúcha Laços de Tradição… Além de atores estreantes, que estão subindo ao palco pela primeira vez.
APOIO
Por se tratar de uma iniciativa de artistas lapeanos, o projeto conta com grandes parcerias para a realização, como A Tribuna Regional, Concessionária Caminhos do Paraná, Rádio Legendária, Bello Empório Cosméticos, Giba Ferragens, Restaurante O Casarão, Clube Lapeano, Prefeitura Municipal, 15º GAC AP e Polícia Militar do Paraná.
SERVIÇO
O que: Espetáculo “Lágrimas de uma guerra”
Quando: sábado, 11 de fevereiro, às 19h30min
Onde: Alameda David Carneiro – Lapa/PR
Quanto: gratuito