População se posiciona em apoio aos participantes. Mas, por conta da paralisação, combustíveis e alguns itens de consumo começaram a faltar.
O manifesto nacional de caminhoneiros que teve início na segunda-feira, 21 de maio, ganhou força no decorrer da semana em todo estado do Paraná. Lapa e Contenda também aderiram à paralisação contra as altas taxas tributárias no preço do combustível.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros, entidade que representa a categoria, emitiu nota convocando todos os caminhoneiros autônomos do país a participarem do movimento.
Por volta das 10h de terça-feira (22) motoristas, agricultores e comerciantes da Lapa se mobilizaram no trevo que dá acesso à cidade, pela Avenida Caetano Munhoz da Rocha. O movimento foi organizado pelas redes sociais.
A pista não foi bloqueada, sendo que caminhões, carros e tratores permaneceram parados a margem da Rodovia do Xisto, próximos ao km 196.
César Gilberto Kovalski, policial militar aposentado, apoiador do manifesto, relatou que o objetivo da manifestação é conscientizar os caminhoneiros a parar, para ajudarem forçando o governo a tomar um posicionamento que contribua com a categoria.
Para o empresário da cidade da Lapa, Sebastião Krainski, a manifestação sendo ordeira deve ser apoiada. “Acho justa a paralisação, pois é impossível conviver com a carga tributária em cima dos combustíveis, está impossível produzir, se não compra, não vende”, relatou.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou a manifestação em todo o estado. Na região da Lapa o policial rodoviário Maximiliano afirmou: “Os manifestantes estão conscientes e organizados de forma ordeira”. Ele comentou ainda sobre a liminar da justiça que proíbe o bloqueio total da rodovia, sob pena de multa de 100 mil reais por hora. Destacou estar garantido o direito da manifestação, assim como o direito do tráfego para os demais motoristas nas estradas.
Até a tarde da quarta-feira veículos de passeio e ônibus estavam liberados para passar, já caminhões e veículos de carga estavam sendo barrados. Caminhoneiros e agricultores da cidade de Contenda também realizaram paralisação na Rodovia do Xisto. O trânsito foi mantido em meia pista. Tratores e caminhões bloquearam parte da rodovia.
COMBUSTÍVEL
O manifesto seguiu nas diversas regiões do estado e inúmeras cidades apresentaram falta de combustível.
Na tarde da quarta-feira na Lapa, os motoristas correram para garantir o abastecimento de seus veículos. Grandes filas se formaram nos postos da cidade e muita gente ficou sem abastecer. Por volta das 15h já não havia combustível em alguns dos postos. Segundo os proprietários, não há previsão de reabastecimento. Situação semelhante foi registrada em Contenda.
Outros itens e mantimentos podem vir a faltar no decorrer dos dias, caso a paralisação continue. Os primeiros a “sumir” das prateleiras serão as carnes, verduras e bebidas. Isso porque estes produtos chegam à Lapa três vezes por semana. Com a paralisação, a maior parte dos estabelecimentos do município não recebe os itens desde o dia 18.
Também na quarta-feira a planta da JBS na Lapa paralisou a linha de produção, o frigorifico, o incubatório e a fábrica de ração. Segundo a empresa, a expectativa é retornar às atividades na segunda-feira, conforme o desenrolar da paralisação.
OUTROS SERVIÇOS
A Prefeitura da Lapa adotou medida para abastecer apenas veículos do transporte escolar e as ambulâncias.
As linhas de ônibus do transporte coletivo municipal, convencionais e metropolitano, circulam normalmente.
APOIO
A população demonstrou apoio à paralisação e se mobilizou para garantir as condições mínimas de alimentação aos manifestantes.
Desde a quarta-feira doações de moradores da Lapa estão sendo entregues aos que aderiram ao movimento. Eles pediam a quem pudesse ajudar com doação de água, alimentos, pratos e copos descartáveis.
A Associação Comercial, Industrial e Agropecuária da Lapa (ACIAL) também manifestou apoio a paralisação e convocou os associados a participarem.