A solidariedade como o marco da paralisação

Solidariedade de todos os lados - alimentos não consumidos foram destinados a instituições do município.

Mobilização abriu o coração de muitos em prol de uma causa maior: o auxílio ao irmão de estrada.

Os lapeanos têm presenciado, nos últimos dias, uma realidade não tão comum! A grande adesão e apoio dado ao manifesto dos caminhoneiros mexeu com a rotina da população, mostrando que a luta por melhorias na economia brasileira é uma luta de todos.
O manifesto pacífico foi crescendo em oito dias de paralisação. Junto a ele foram registrados inúmeros gestos de solidariedade. Grupos de motoristas lapeanos, e também suas esposas, se uniram para preparar as refeições nos três pontos de paralisação da Lapa. Inúmeras refeições foram servidas, todos os dias.
Regina Natel relatou que estava no preparo das refeições desde o primeiro dia. Segundo ela, a ajuda recebida através de doações estava sendo fundamental para garantir o almoço e a janta para todos os motoristas.
Já Maria Clara contribuiu com a geladeira de sua casa, para guardar os alimentos e água, cedeu o banheiro para as mulheres e prestou todo apoio aos motoristas.
Os manifestantes contaram à redação que várias pessoas chegavam com mantimentos, para doar. Desde pães, refeições prontas, até alimentos para serem utilizados nas cozinhas improvisadas. Os participantes contaram, ainda, que este gesto de solidariedade estava sendo recebido com muita gratidão pelos manifestantes. Tanto é que, sabendo da grande importância das ações, quando algum alimento ou mantimento não era consumido (pela grande quantidade recebida), acabava sendo redistribuído para entidades assistenciais do município. Ou seja, nada estava sendo jogado no lixo, nada estava sendo perdido.
Outra ação realizada pelos manifestantes foi a doação das cargas dos caminhões parados. Um exemplo foi ação da Naturalat que, em apoio à paralisação e visando não descartar o leite de seu estoque, decidiu destinar a carga para as entidades Vicentinos, Educandário e Cerene, além da população em geral, moradora do Bairro São Lucas.
Os motoristas relatam que em sua rotina de trabalho é normal passarem dias ou semanas longe de casa, trafegando pelas estradas do país. Mas, segundo eles a greve mobilizou a população e surpreendeu pela “mão estendida”, que vinha de todos os lados.
Este é um relato de um dos manifestantes. Mas, demonstra como a paralisação cresceu e mostrou as agruras de toda uma nação. A população aderiu e apoia a mobilização por também “sentir no bolso” os desmandos do Governo, com a alta incidência de impostos e o baixo retorno ao contribuinte. A alta nos preços de combustíveis provoca um “efeito cascata” em todos os setores, nos alimentos, no vestuário, no gás de cozinha, na saúde, na produção agrícola e pecuária… Enfim, faz com que a população viva com menos dignidade. E, infelizmente, é isso que o Governo não quer ver, ou finge não perceber. Recusa-se a cortar privilégios. Recusa-se a “cortar da própria carne” e continua a fazer com que a população pague a conta, assim como sempre fez e continua a fazer.

Maria Clara contribuiu com a geladeira de sua casa, para guardar os alimentos e água, cedeu o banheiro para as mulheres e prestou todo apoio aos motoristas.
Regina Natel relatou que estava no preparo das refeições desde o primeiro dia.

 

Regina Natel, no preparo das refeições desde o primeiro dia, afirmou que doações estavam sendo fundamentais para garantir o almoço e a janta de todos os motoristas.
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