Dr. Fábio Maurizio Nery é urologista na D´Agostini Clínica Médica e nos fala sobre esse incômodo e constrangedor distúrbio, que afeta principalmente as mulheres.
Incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra. Pode acontecer em diversos momentos, mas os principais são a incontinência urinária de esforço, em que o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se; também existe a incontinência urinaria de urgência, que é mais grave do que a de esforço e caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro.
O distúrbio é mais frequente no sexo feminino e pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens. Além da anatomia mais propensa ao distúrbio, também se atribui a incontinência a algumas causas prévias, como comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico, pela idade, sedentarismo ou mesmo gravidez e parto.
Outras causas que podem causar o mal, são tumores malignos e benignos e/ou doenças que comprimem a bexiga. A obesidade é fator agravante, assim como o tabagismo, visto que provoca tosse crônica. Existem também alguns casos de bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador e, finalmente alguns procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino.
O tratamento da incontinência urinária por esforço é basicamente cirúrgico, mas exercícios ajudam a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é com medicamentos e fisioterapia.
Algumas dicas podem ajudar ao constatar o distúrbio. Procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta e não pense que incontinência urinária é um mal inevitável na vida das mulheres depois dos 50, 60 anos. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito.
Considere os fatores que levam à incontinência urinária do idoso – uso de diuréticos, ingestão hídrica, situações de demência e delírio, problemas de locomoção – e tente contorná-los. Às vezes, a perda de urina nessa faixa de idade é mais um problema social do que físico.
E, finalmente, evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação, praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.
