O meu trabalho é para o povo, afirma Fénelon

Fénelon Moreira conquistou 1.920 votos na eleição municipal de 2016 e é apontado como um possível candidato a prefeito para a próxima disputa. A Tribuna conversou com ele sobre carreira política e alianças de grupo. Confira o que disse o jovem vereador do PSB.

TRIBUNA REGIONAL: Vereador mais votado na última eleição, com 1920 votos, Fénelon é um dos nomes cotados para disputar a prefeitura em 2020.  Como você analisa sua carreira política até aqui?

FÉNELON MOREIRA: Eu considero um sucesso o trabalho realizado até o presente momento, uma vez que temos cumprido com o que nos propusemos na medida do possível e o retorno do eleitor tem sido satisfatório, tanto para mim, como político, como para o próprio eleitor, que se sente respeitado.

TRIBUNA REGIONAL: O grupo a que você pertence ajudou a eleger a ex-prefeita Leila Klenk em 2012. Na eleição seguinte, 2016, decidiram apoiar Paulo Furiati. O que aconteceu para essa mudança tão radical de uma eleição prá outra?

FÉNELON MOREIRA: A mudança de posicionamento se deu em virtude de que o grupo a que pertenço até o presente momento preferiu apoiar a atual gestão, em detrimento do PT, visto que a ex-prefeita não nomeou o então vice-prefeito, Ruy da Farmácia, presidente do nosso partido, PSB, como Secretário de Saúde à época (gestão anterior).

TRIBUNA REGIONAL: Faltando aproximadamente um ano prá nova disputa, os grupos estão se organizando. Dentro do PSB existem diversos nomes fortes que podem fazer frente a uma eleição de prefeito. Além de você, temos o Ruy da Farmácia, Vereador Mário da Farmácia, Vereador Samuel e também Diego Ribas, presidente da OAB. Como você encara essa multiplicidade de possibilidades em seu partido?

FÉNELON MOREIRA: Eu encaro como uma opção para o eleitor. No entanto, deixo bem claro que pretendo colocar meu nome como candidato a prefeito para o próximo pleito, com o apoio do PSB. No caso de não haver acordo, existe a possibilidade de me filiar em outro partido político e concorrer à majoritária. Tudo isso depende dos resultados de pesquisas futuras e dos moldes do plano de governo a ser apresentado.

TRIBUNA REGIONAL: O PSB participou do grupo político que elegeu Furiati, junto com diversos outros partidos. Sem o nome dele à frente da eleição de 2020, o grupo permanecerá unido nesta próxima disputa?

FÉNELON MOREIRA: Provavelmente haverá um rearranjo de forças dentro do grupo, haja vista que existem vários possíveis candidatos ao cargo de prefeito, como Arthur Vidal do MDB, Joacir Gonsalves do PPS e eu, declarados publicamente. O que sabemos de concreto é que não haverá unanimidade em relação a um nome apresentado pelo grupo, que não seja um destes três.

TRIBUNA REGIONAL: Ainda falando em eleições 2020, diversas lideranças estão se organizando. Os ex-prefeitos Miguel Batista e Leila Klenk vem se reunindo cada um com seu grupo para discutir as formações de grupos futuros. Você, como vereador mais votado da história da Lapa, poderia unir forças a algum destes dois grupos?

FÉNELON MOREIRA: Sim. Tudo dependerá das propostas políticas e planejamento de governo a serem apresentados. Não descartarei nenhuma possibilidade de união, desde que seja para o bem da comunidade lapeana. Trabalho diretamente com parcelas mais necessitadas dos lapeanos e sei as dificuldades que o povo enfrenta diariamente. Com esta experiência de dois mandatos, corroborados com os ensinamentos de meu saudoso pai, estribados na honestidade e espírito público, além da experiência profissional como advogado há mais de 10 anos, podemos trabalhar no sentido de amenizar o sofrimento da população.

TRIBUNA REGIONAL: Sua relação com o prefeito era de parceria até pouco tempo atrás. Depois de um projeto reprovado na câmara, Furiati anunciou que você não era mais o líder do prefeito. Você pode nos explicar o que de fato aconteceu neste caso?

FÉNELON MOREIRA: Desde o início desta gestão até o mês de março de 2019 fui líder do prefeito na Câmara. A função primordial do líder é explicar, defender e justificar a necessidade de aprovação dos projetos enviados pelo executivo municipal aos vereadores. Sendo líder, tive um contato mais direto com o prefeito e seus secretários municipais e fizermos muito pela população. Porém, quando Furiati enviou para ser votado na câmara o Projeto de Lei 28/2019, referente à reestruturação organizacional de cargos, no qual pretendia-se alterar a nomenclatura para nomeação de mais três cargos em comissão, além de aumentar em muito o valor dos salários de outros Cargos Comissionados já preenchidos. Caso aprovado o referido projeto, iria onerar ainda mais a máquina pública, beirando os limites da responsabilidade fiscal, o que vai contra os anseios da população. A situação econômica do País, exige de todos nós moderação, principalmente representantes do povo, responsabilidade, respeito e austeridade no uso de dinheiro público. Logo, votei contra a vontade do prefeito, retratada no Projeto, por não identificar interesse público neste disfarçado aumento de salários e criação de cargos. Votei de forma consciente e independente, como sempre fiz, e continuarei fazendo enquanto vivo for, pois em mim “prefeito não coloca cabresto!!!”.

TRIBUNA REGIONAL: Com essa ‘encrenca’, como ficaria uma eventual parceria com o MDB, já que Furiati anunciou em diversos meios a sua vontade de encerrar a carreira nesta gestão?

FÉNELON MOREIRA: Sempre tive uma ótima relação com todos os vereadores do MDB, em especial o atual presidente da Câmara e do Partido, Arthur Vidal, de modo que em nada prejudicaria uma eventual aliança com o próprio partido do prefeito. Contudo não aceito, de nenhuma maneira, sentar com o atual prefeito para discutir projetos de eleição. Parafraseando Furiati, a Lapa precisa “renovar e oxigenar a política”, razão pela qual, respeitando o seu trabalho político até a presente data, buscaremos novas idéias e opções, deixando o passado para trás.

Fénelon finalizou a entrevista com a seguinte frase: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. “Eu estou preparado!”.

 

 

 

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