Nessa edição especial do Dia Internacional da Mulher, conheça a história da fantástica lapeana Michely Isber, que com muita determinação se tornou profissional de destaque na Polícia Militar.

O Dia Internacional da Mulher é comemorado neste domingo, 08 de março e cada vez mais, elas se destacam em profissões que, até pouco tempo, eram consideradas e dominadas apenas por homens. Determinação para superar obstáculos e transformar sonhos em realidade, essa parece ser característica comum entre a maioria das mulheres, que não poupam esforços para ampliar seu espaço na sociedade. Nesta edição especial a elas, o pequeno grande Jornal A Tribuna Regional traz para vocês leitores, um pouco da história da lapeana Michely Isber Paloma que há 16 anos está na carreira militar, nos contando um pouco dos desafios e superações em sua profissão.

CARREIRA E TRAJETÓRIA

A lapeana Michely Isber entrou para a Polícia Militar do Paraná no ano de 2004, na época com apenas 21 anos de idade foi uma das pioneiras a entrar na instituição da cidade da Lapa. Antes dela, integraram a corporação as lapeanas de nascimento Tenente Schaphauser e Cabo Thurman e as policiais que serviam na cidade, Sargento Andréia e a SubTenente Arlete. Em um ambiente como a Policia Militar do Paraná, que até algumas décadas era exclusivamente masculino, elas chegaram para ficar e têm garantido sua presença nos mais diversos postos, concorrendo com os homens de igual para igual.

A soldado Paloma, como é conhecida na corporação, sempre gostou da carreira militar e foi através do convite de um amigo que resolveu realizar o concurso público para a polícia. O primeiro desafio foi de passar no concurso público, pois naquele ano era apenas 6% do efetivo feminino que teria vagas. Como se em um concurso que tivesse 100 vagas, seriam 94 vagas masculinas e 6 vagas femininas, hoje pode ter até 50% de vagas femininas.

Com muito esforço e dedicação, a lapeana foi uma das mulheres que passaram no concurso, mesmo enfrentando muitos desafios mesmo antes de começar na nova profissão. Michely conta que após fazer todos os exames médicos e físicos, teve apenas dois dias para correr atrás de todas as documentações e se apresentar para o curso na Academia Policial Militar do Guatupe em Curitiba-PR.

O curso foi bem difícil, pois já fazia um bom tempo que não havia policial feminina atuando, sendo o último caso em 1997.

“No começo tive que aprender meio que na marra a rotina militar, pois apesar de gostar muito, conhecia pouca coisa”. A soldado Paloma teve que mostrar muita determinação e raça pois, segundo ela, não tinha frescura, as mulheres tinham que fazer todas instruções iguais aos homens. “Teve uma instrução de Controle de Distúrbio Civil, onde o instrutor nem ligava, colocava as mulheres com os escudos mais pesados e os homens com os bastões, e aí a gente tinha que se esforçar ao máximo para fazer tudo”, conta.

Após realizar o curso de nove meses na Academia, a lapeana foi servir no 13º Batalhão de Policia Militar em Curitiba, e durante suas atividades em Curitiba trabalhou também no Comando do Policiamento da Capital, Comando Geral e na Diretoria de Apoio Logístico, construindo uma carreira de sucesso.

Em muitas operações nas ruas, a lapeana já passou por muitas situações desafiadoras e constrangedoras. Segundo ela, a Policial Feminina tem que se impor nas ruas, mostrar que não está de brincadeira. Em uma situação, quando estava de serviço em um estádio de futebol fazendo revista nas mulheres, apareceu um homem colocando as mãos na parede, pedindo para que ela o revistasse, foi até engraçado, mas teve que se impor e mostrar que não estava ali para brincadeiras. Vários momentos e fatos marcantes que acontecem na vida de uma Policial Feminina.

A VOLTA PARA CASA

Depois de 12 anos morando em Curitiba, servindo na capital do estado, a lapeana resolveu voltar para a casa e conseguiu uma transferência para a Lapa. Atualmente está na Polícia Ambiental da Lapa no 4º Pelotão da 4º Companhia, e é a primeira Policial Feminina que veio trabalhar no pelotão, que está localizado no Parque Estadual do Monge e atende cerca de 15 cidades da região, inclusive locais mais distantes como a cidade de União da Vitória-PR, já que o trabalho é extenso e agrega uma série de tarefas.

MICHELY: UMA SUPER MULHER

Além de ser policial militar, a lapeana tem formação em Pedagogia com especialização em Educação Especial e Psicopedagogia. É atleta, onde pratica corridas de rua e defende a bandeira do atletismo.

Com uma carreira brilhante e uma vida regada de boas atitudes, a lapeana passa um recado especial a todas as mulheres neste dia. “Não desistam nunca, vocês podem tudo o que vocês quiserem, vão em busca de seus sonhos e de seus objetivos”, conclui agradecendo aos seus familiares por todo o apoio nessa caminhada, aos amigos de fardas e em especial às primeiras mulheres policiais que foram as percussoras da profissão.

A Tribuna Regional parabeniza Michely e todas as mulheres lapeanas nesta data especial, que representam todos os dias o poder feminino na sociedade.