“Paternidade Ativa” – por Elaine Piovezan (do canal Mães S/A)

Oi queris, não é segredo pra ninguém que o tempo traz sabedoria e amadurecimento. As gerações vêm passando por muitas transformações e, só agora, em pleno século XXI trazemos a baila questões importantes como, por exemplo, o protagonismo da paternidade. São os chamados “pais modernos”, essa nova geração de homens que tomam pra si a responsabilidade de cuidado e zelo para com seus filhos/filhas. Uma formação familiar que está em ascensão. A USP (Universidade de São Paulo) realizou um estudo (2017) sobre os impactos da mudança do papel do pai. Os resultados surpreenderam: na carreira, mais de 68% dos pais entrevistados confirmaram uma nova visão de mundo, maior satisfação e realização profissional depois de terem se tornado pais. Estão mais presentes, querem mais tempo com seus filhos/filhas, desejam um ambiente profissional acessível à discussões e à políticas que integrem o trabalho às necessidades familiares. A pesquisa também mostrou benefícios na vida conjugal, em que a paternidade ativa tem influência benéfica também na carreira da mãe, que se sente mais apoiada e segura ao dividir a sobrecarga das responsabilidades sobre os filhos/filhas, podendo assim, ter mais tempo e energia para focar no trabalho. Contudo, vale à pena salientar o impacto positivo o desenvolvimento infantil, em que os efeitos estão na maior autoestima e melhor desempenho escolar. Além disso, a paternidade ativa estimula o vínculo afetivo-emocional familiar, no bem-estar psicológico das crianças e, em especial para os meninos, que tem maior probabilidade de se tornarem pais mais engajados no futuro. Outra pesquisa também importante foi realizada pela Organização Promundo, sobre a situação da paternidade no mundo (2019), em que ouviu mais de 11 mil pessoas (sendo mais da metade, homens-pais) em 7 países, inclusive no Brasil, 85% dos pais estão mais dispostos a dividir as tarefas domésticas e a se envolver efetivamente nos cuidados e educação dos filhos/filhas. É o movimento da “paternidade ativa” que, aos poucos, vem se incorporando aos padrões da sociedade moderna. Os ditos “pais modernos” são mais presentes e atuantes na estrutura familiar. É a consonância dos novos tempos, que desconstrói a versão do “pai provedor” e reformula o papel masculino. Os homens adeptos da paternidade ativa, de forma geral também enfrentam dificuldades de aceitação em nossa velha sociedade patriarcal, uma vez que, as políticas públicas não são abrangentes e nem tampouco equânimes, o que impede muitas vezes, a presença efetiva do pai no dia da dia. Embora alguns direitos tenham sido conquistados, como a licença paternidade alongada, esses pais ativos ainda se deparam com o preconceito no ambiente profissional, já que as empresas privadas ainda não compreendem essa real necessidade. Em apoio mundial à paternidade ativa, a UNICEF desenvolveu uma cartilha especial em que divide o protagonismo da paternidade em níveis: o prático, que diz respeito aos cuidados e demandas dos filhos/filhas; a presença emocional, que caracteriza a construção de vínculo afetivo e a transformação pessoal, que é o entendimento do papel e da responsabilidade em ser pai e como isso afeta o nível social. Algumas ações como esta servem de incentivo e estímulo em prol do desenvolvimento humano. Bom né?! Enfim, para este dia dos pais, eu quero convidar a todos para essa reflexão de amor e de esperança e desejar um feliz dia à todos os pais, dos caretas aos modernos, dos durões aos babões, dos “das antiga” aos novos pais. Todo o meu carinho e admiração! Ah, achei vários perfis interessantes de pais que levam a paternidade ativa a sério e, que valem à pena conhecer, segue aqui no instagram: @paizinhovirgulaoficial | @pai_mala | @piangers

Acesse o link da UNICEF e leia a cartilha da Paternidade Ativa:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_pais_exercer_paternidade_ativa.pdf

Enriquecendo nosso vocabulário: Promundo: é uma organização não governamental que atua em diversos países do mundo buscando promover a igualdade de gênero e a prevenção da violência com foco no envolvimento de homens e mulheres na transformação de masculinidades.| UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância – Criado pela Organização das Nações Unidas em 1946, o UNICEF promove os direitos e o bem-estar de crianças e adolescentes em 190 países e territórios. Está presente no Brasil desde 1950.

Please follow and like us: