Um ano e não aprendemos nada

O ano mais atípico para a humanidade desde a segunda guerra mundial foi marcado por uma sequência de desinformação, desconhecimento e, principalmente, muito descaso pelo público.

No dia 11 de março do ano de 2020 a OMS decretou Pandemia Mundial de Covid19. No mesmo momento, diversos governos iniciaram práticas de prevenção, isolamento e controle do vírus. Sem informação e estudos quanto à doença, grande parte das ações foi feita baseando-se em teorias e suposições. Muitos erros e muitos acertos durante o período, mas o que ficou claro é que não aprendemos nada neste último ano.

Lockdown

As medidas restritivas impostas desde os primeiros dias da doença não mostraram eficácia comprovada. Ou melhor, existem estudos tanto comprovando quando desaprovando o isolamento forçado, com experiências negativas em Nova Iorque, São Paulo e outras cidades grandes pelo mundo. Alguns casos isolados de sucesso desta medida a tornaram popular e de fácil aceitação pelos governos. É mais fácil mandar todo mundo ficar em casa do que ampliar o sistema de saúde para ter capacidade.

Máscaras

Assim como o lockdown, o uso de máscaras foi amplamente solicitado e ao mesmo tempo questionado. É certo que a lógica no uso das máscaras fala mais alto. Se duas pessoas estão protegidas pelo acessório, mesmo que seja a mais simples máscara, é lógico que a circulação de vírus e bactérias pelo ambiente será reduzida, portanto é uma medida, no mínimo, inteligente, o uso das máscaras.

Cloroquina e afins

Antes remédios simples e vendido à vontade, a Cloroquina e seus afins tornaram-se os maiores vilões da Pandemia. Tudo em função da sugestão do Presidente Bolsonaro em prevenir-se com estes medicamentos. A corrida às farmácias foi imensa, tanto que estabelecimentos tiveram que guardar parte do estoque para atender a demanda corriqueira, ao invés dos que procuravam pela primeira vez. A partir daí instalou-se uma burocracia imensa para receitar o remédio e a coisa abafou. Do mesmo jeito que lockdown e máscaras, a Cloroquina e seus afins tem estudos a favor e estudos contra. Geralmente depende da preferência política do pesquisador. É muito superficial a informação.

Nova Cepa

De uns meses para cá começaram a aparecer alguns casos mais graves e resistentes de Covid19. São as mutações do vírus que, por ser tão rápido na transmissão, tem a real possibilidade de sofrer mutações e ampliar seu poder destrutivo. Em um ano de Pandemia não aprendemos a respeitar a doença e, grande parte das pessoas, ainda vivem como se não houvesse nada a se temer.

OMS

A própria Organização Mundial de Saúde, que deveria ser uma luz no fim deste túnel, mostrou-se incapaz e inapta a proferir opiniões sérias sobre o vírus. Em um momento defendia-se isolamento total, noutro condenava-se. Assim foi com praticamente todos os detalhes referentes a esta doença. Na verdade atualmente a OMS afirma praticamente tudo ao contrário do que no início da Pandemia, porém não sustenta as informações, deixando todos a navegar sem rumo por este mar de infecção.

Aglomeração

Desde o início da pandemia falou-se muito em evitar aglomerações, reuniões de pessoas e proximidade desnecessária, visando evitar contágio. Essa é uma das únicas recomendações plausíveis dos governos. Sem contato interpessoal dificulta-se a disseminação da doença. Porém, como todos os outros detalhes, especialistas contrários levantam bandeira de um lado ou outro, contrariando inclusive a lógica do isolamento.

Juventude

Quem menos aprendeu alguma coisa durante este período foi a nossa juventude. Como, de início, o Covid não fazia qualquer mal a pessoas jovens, a preocupação foi jogada fora e a vida continua como sempre. Não foi um e nem dois os casos onde jovens se contaminaram em churrascos e acabaram transmitindo para seus idosos, que acabaram falecendo. É a falácia da eterna vida eterna do jovem.

Sistema de Saúde

Voltamos ao início falando deste tema. No primeiro lockdown anunciado, os governos afirmaram que o isolamento seria apenas para ‘achatar a curva’ e não superlotar os equipamentos de saúde pública. Também foi anunciada a ampliação da estrutura e criados diversos hospitais de campanha, que acabaram desmontados sendo pagos em valores absurdos, sem licitação. Na nossa região não tivemos o desprazer de ver isso acontecer. Nos pequenos municípios a luta contra o Covid é mais séria e empenhada que nos grandes centros.

Vacinas

A politicagem em torno da compra de vacinas daqui ou dali acabou atrasando o processo. Alguns afirmam que deveriam ter sido tomadas medidas de aquisição logo no início enquanto outros afirmam que não podemos comprar o que não existe e que as vacinas até agora são experimentais. Além do mais, o país que distribuiu o Covid para o mundo ser o principal fornecedor da vacina contra ele é, no mínimo, curioso. Política demais envolvida no caso.

Finalizando

O leitor que tire as suas conclusões. Ao invés de uma pandemia, nossos governantes estão em campanha presidencial. Cada um puxando a brasa para suas sardinhas e tentando derrubar o outro. Homens públicos de caráter deveriam se unir e pensar na solução dos problemas ao invés de criar novos. Se o mundo não estava preparado para o Covid19, o Brasil estava muito menos. Populismo e bravatas são só o que resulta das ações dos mandatários.

Previna-se

A sugestão deste jornal é para o leitor manter distanciamento social, continuar usando (e trocando regularmente) suas máscaras, além de evitar contato com pessoas fora do seu convívio e aglomerações. Como podemos ver, nada é certo, mas nada disso tudo é errado. Cabe a nós, população, fazer o melhor para evitar a infecção. 

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