Finalmente está se desenrolando uma das maiores novelas da cidade: A destinação do prédio do antigo Hospital Hipólito.

Abandonado há dezessete anos, o imóvel onde estava localizado o Hospital Hipólito e Amélia Alves de Araújo terá sua vida renovada. Através de uma decisão da Justiça da Comarca da Lapa, tomada pela pela Dra.  Bianca Bacci Bisetto, Juíza Titular da Comarca, o Governo do Estado passa a ser o responsável pelo imóvel e é orientado a dar destinação adequada àquele espaço.

Segundo a resposta do Governo do Estado, o Hipólito será reformado e repassado à Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), que nele instalará cursos de extensão de interesse para a cidade da Lapa.

A resposta do Governo afirma que “Já se encontra composta a comissão para elaboração do Estudo de Viabilidade e do Termo de Referência, bem como para a realização das devidas tratativas junto à Coordenação do Patrimônio Histórico (SECC) e ao IPHAN”, e com isso o processo de reforma e destinação está começando a andar. Como o processo está sendo realizado de forma amigável, o Estado já solicitou o necessário aporte de recursos para complementar o orçamento da pasta relativa ao imóvel e iniciará obras de reparos emergenciais no valor de R$ 172 mil reais.

De acordo com a resposta do Governo do Estado todas as determinações da liminar estão sendo cumpridas, bastando apenas alguns meses para realização de processo administrativo licitatório para as devidas reformas.

REALIZAÇÃO

Para a comunidade da Lapa, saber que aquele prédio tão importante e significativo terá um destino digno e adequado, é uma grande alegria e traz muita satisfação. Durante alguns períodos depois de seu fechamento, o imóvel abrigou órgãos municipais e serviços à população durante algum tempo, mas a necessidade de reformas e adequações não permitia viabilizar a completa restauração do Hipólito.

Agora, se tudo correr conforme o estimado, em muito breve teremos vida novamente no Hipólito.

SAIBA MAIS:

A Fundação Hipólito e Amélia Alves Araújo foi criada para ajudar quem mais necessitava na Lapa, na década de 1920, ocupando o terreno onde a casa da família havia sido construída. O embaixador Hipólito Pacheco Alves de Araújo nasceu na Lapa em 1869 e exerceu cargos importantes na política brasileira. Ele entrou para a carreira pública em 1893, segundo reportagem do jornal A Noite, publicada no dia 17 de maio de 1946, ano em que Araújo faleceu no Rio de Janeiro. Antes disso, o bacharel em Direito havia libertado seus escravos em 1880, oito anos antes da promulgação da Lei Áurea.

HISTÓRIA DO HOSPITAL

A cidade da Lapa ainda se recuperava dos 26 dias de combate que resultou na morte de aproximadamente 500 pessoas. Haviam se passado 30 anos do Cerco da Lapa, uma das principais batalhas da Revolução Federalista, e aos poucos o município conseguia se restabelecer econômica e socialmente. Foi neste contexto que, em 1924, teve término a construção do primeiro hospital da cidade.

A Fundação Hipólito e Amélia Alves Araújo nasceu com a missão de atender primordialmente aqueles que não tinham condições financeiras de buscar tratamento em outros locais. O início das atividades ocorreu no dia 4 de janeiro de 1925.

Idealizado pelo embaixador Hipólito Pacheco Alves de Araújo e pela esposa Amélia, o hospital parou de funcionar em 2004 devido à falta de condições estruturais. Desde o início das atividades, Hipólito doou o hospital ao município para que as pessoas pudessem ser atendidas gratuitamente.

Neto de David dos Santos Pacheco, o Barão dos Campos Gerais, Hipólito tornou-se um diplomata do governo brasileiro atuando em mais de 10 países, como Noruega, Dinamarca, China e Espanha. Antes de deixar Lapa, sua cidade natal, e seguir para o Rio de Janeiro cursar a faculdade de Direito, ele havia herdado a casa do avô. Ele resolveu destruir a residência e construiu um solário, com dois andares, para sua moradia. Provavelmente ciente das dificuldades que Lapa enfrentava, o embaixador mandou destruir sua antiga moradia no início da década de 20 para a construção do hospital.