Desde 2007 o Parque Estadual do Monge tornou-se uma unidade de conservação ambiental. Já são 15 anos de indefinição e promessas sem resolução.
No ano de 2007 o IAP (agora IAT) transformou o Parque Estadual do Monge em unidade de conservação ambiental. Criado em 1976 por lei estadual, o espaço era voltado ao lazer e à visitação religiosa, recebendo inúmeros ônibus de romeiros que vinham prestar suas homenagens e fazer suas promessas ao monge “São João Maria”.
O movimento existente era imenso, chegando a receber mais de quarenta ônibus de visitantes durante os finais de semana. Estes traziam seus ‘farnéis’ ou também faziam suas refeições utilizando as churrasqueiras existentes e também se utilizavam dos serviços dos dois restaurantes existentes no Parque.
Com a implantação do plano de unidade de conservação toda a madeira não-nativa existente na área do parque do monge foi derrubada, focando na manutenção da mata nativa. Engenheiros Florestais consultados estimaram em muitos milhões de reais o valor das madeiras retiradas, verba esta que foi destinada a uma conta sob responsabilidade do antigo IAP. Destes milhões de reais arrecadados, nossa reportagem de época registrou o retorno de apenas 300 mil reais para readequação e adaptação do novo espaço. Restaurantes foram demolidos, mesas e churrasqueiras retiradas e muitas restrições impostas segundo o plano de manejo.
Um integrante do Conselho Consultivo do Parque do Monge, entidade criada para dar suporte e acompanhar o andamento das mudanças opinando e contribuindo, nos informou que o Conselho é apenas meramente ilustrativo e que todas as ideias e ideais colocados em pauta são simplesmente ignorados pelos responsáveis pelo Parque.
O Parque é de responsabilidade do Estado do Paraná, mais especificamente do IAT (instituto Água e Terra), e a proposta do Governo é destinar o espaço para uma empresa terceirizada, a exemplo do Vila Velha e outros parques estaduais que já estão trabalhando neste modelo. A última licitação para este fim foi deserta, ou seja, não apareceram empresas interessadas na assunção e administração do Parque do Monge.
ABERTURA DAS CANCELAS
No dia 15 de janeiro de 2021 por decisão política, a prefeitura municipal resolveu retirar as cancelas do início da reta do parque, objetivando liberar a passagem para as pessoas interessadas. Como o receptivo turístico naquele local teoricamente é de responsabilidade municipal, até agora não está sendo usado. Fontes oficiais nos informaram que não existe contrato ou convênio oficial para a cessão deste espaço para o município, portanto em não sendo de ninguém, ninguém é responsável pelo cuidado com a estrutura.
O vandalismo está tomando conta daquele espaço e os vigilantes fazem sua parte, mas tem muita área para cuidar, inclusive e principalmente a área oficial do Parque do Monge. Vândalos e motoristas mal intencionados tem se utilizado do espaço no início do parque para suas festas e vem destruindo o prédio que seria destinado a ser um receptivo bem organizado para os turistas que viriam a ser recebidos.
Hoje é só abandono. Se contar apenas a área do receptivo ainda podemos reclamar do vandalismo, mas a rodovia que faz a ligação da cidade até o parque está praticamente intransitável, se mostrando uma vergonha para qualquer visitante.
No início de 2021 as promessas de revitalização do parque, municipalização da área e recape asfáltico foram alardeadas aos quatro ventos. Tudo ficou nas promessas.