Histórias que reciclam

Conheça a história de seu Arthur, que com muita luta e determinação mudou seu viver vendo oportunidade onde outros só viam lixo.

Mesmo com todas as adversidades do dia a dia, muitos lapeanos que trabalham com a reciclagem enfrentam desafios, mas sempre com o sorriso no rosto. Seus trabalhos são indispensáveis, pois intensificam os serviços de limpeza urbana, são os recicladores que coletam, separam, transportam, acondicionam e, às vezes, beneficiam os resíduos sólidos, transformando o que antes era visto como lixo, inútil e pronto para ser descartado, em mercadoria, com valor de uso e de troca.

Nesta semana nossa equipe de reportagem entrevistou o senhor Arthur Ribeiro Franco, o lapeano trabalha no ramo da reciclagem há 20 anos e coleciona histórias de desafios, superação e alegrias. Chegando em um dos seus barracões, localizado na rua Carlos Gomes, no bairro Engenho, nossa equipe foi muito bem recebida por seu Arthur e sua esposa Benedita Franco. A primeira percepção que tivemos foi a organização do local. Mesmo trabalhando com matérias recicláveis, papelão, garrafa pet, o local se encontra muito bem limpo e organizado, um diferencial e tanto. Com um bom bate-papo e muita simplicidade, seu Arthur nos contou como a reciclagem mudou a sua vida.

SEU ARTHUR E A RECICLAGEM

Tudo começou há 20 anos, sem muita pretensão, nosso personagem viu nesse trabalho uma oportunidade de ganhar uma renda extra, ajudar seus familiares e muitas pessoas que por ali passaram. “Meu genro trabalhava em um supermercado da cidade e sempre trazia algum material que sobrava, como papelão, latinhas e vendia. Era bem pouco o dinheiro que entrava, mas eu como já estava aposentado, me engracei com aquilo e comecei a trabalhar com reciclagem”, comenta seu Arthur.

Desde então o lapeano nunca mais parou e passando por muitos desafios, seu Arthur investiu no ramo, construiu dois pequenos barracões para o armazenamento dos materiais e com a venda dos recicláveis emprega a família e alguns catadores que fazem a coleta na cidade. Um deles que merece destaque, é o conhecido Israel Lafaete, que trabalha com Arthur há oito anos.

“Tenho muito orgulho do meu trabalho, hoje estou deixando para minha família cuidar, mas por aqui sempre ajudamos um ao outro. O trabalho não é fácil, é pesado, cansativo, mas saber que estamos contribuindo para a melhoria do meio ambiente, isso é muito importante”, comenta seu Arthur, que nesse ramo já ajudou muitas pessoas, como ele conta uma história com lágrimas nos olhos. “Eu tenho o barracão, aqui fazemos a separação, já contratei muita gente para nos ajudar aqui, os carrinheiros trazem os materiais e nós separamos para a venda. Uma história que me marcou e me emociona até hoje, foi de um casal que veio trabalhar com a gente, eles não tinham nada, nem o que comer, no começo ajudei muito. O casal prosperou e conseguiu sair das dificuldades. Ver o trabalho transformar vidas, não tem preço que pague”. Relata seu Arthur, com lágrimas nos olhos.

No final do bate-papo, seu Arthur diz que é muito feliz com o que faz e manda um recado. “Não deixem de acreditar de sonhar, de lutar, todo trabalho é digno, sou muito feliz com o que faço, só tenho que agradecer a Deus”.

A história do seu Arthur mostra que a felicidade não depende de uma condição financeira abastada ou muitos recursos à disposição da pessoa. A busca pelo pão de cada dia pode ser o diferencial para a conquista da satisfação pessoal e, mesmo que pareçam pequenos, os resultados aparecem e a vida se torna engrandecida.

Seu Arthur e Dona Benedita acreditam no poder do trabalho
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