O jovem Diogo Araújo Modesto é o novo titular da 9ª Delegacia de Polícia Civil da Lapa. Além do combate ao crime como é de praxe, Diogo é um grande defensor da causa animal, buscando coibir maus-tratos, abandono e irresponsabilidades com os pequenos seres.

Natural do Rio de Janeiro, o Dr. Diogo Araújo Modesto atuou durante cinco anos como agente penitenciário, tendo contato com o pior do crime do Brasil. Após este período trabalhou durante doze anos como advogado, onde trabalhou nas mais diversas áreas do direito.

Com o passar do tempo Diogo sentiu a necessidade de efetuar um trabalho mais efetivo principalmente na questão dos maus tratos na causa animal. Para ter mais acesso aos meios necessários para este trabalho entrou na Polícia Civil através de Concurso Público no cargo de Delegado.

Em uma rápida conversa com o novo delegado, ele afirmou que sempre alimentou dentro de si a vontade de trabalhar em prol do cuidado animal e este assunto aos poucos foi se impondo em seu espírito e foi crescendo sobremaneira, tanto que tornou-se uma reflexão filosófica própria em relação à vida.

Aos poucos, em respeito à causa que defende, Diogo deixou de comer carne vermelha, depois carne branca, mas nunca deixou de participar de atividades sociais com seus amigos, onde sempre brinca que a ‘sua picanha é a batata assada’. “Parei de comer carne, pois ao meu ver o ser humano não tem direito de tirar a vida de um animal, mas não é por isso que pretendo impor meu modo de pensar aos outros”, afirmou o novo Delegado da Lapa. “Buscamos o respeito aos animais, pois eles no Brasil ainda não são considerados como sujeitos de direito, sendo tratados como objetos”, completou ele.

A legislação está avançando para considerar os animais, no mínimo, como seres sencientes, que sentem medo, frio, dor e precisam de atenção. O caminho é lento, mas aos poucos as ações vão se unindo e avançando.

Como Delegado, Diogo afirmou que não lhe cabe discutir a legislação, apenas aplica-la. Hoje os maus-tratos contra animais têm duas categorias, uma mais severa no caso de cães e gatos, que pode dar de dois a cinco anos de cadeia e outra categoria que engloba os demais animais, tanto silvestres quanto de criação, que é muito branda e ainda um tanto deficitária. A Lei que trata deste assunto é a 9605, que é chamada de Lei de Crimes Ambientais.

A diferença nas penas entre os diferentes animais pode ser atribuída à importância que as pessoas dão ao animal enquanto objeto tutelado e por isso existe a disparidade nas punições. Cães e gatos têm mais vínculos afetivos com o ser humano e por isso os maus tratos a estes animais tem uma pena maior.

Um trabalho maior de conscientização e educação seria necessário para dar maior suporte ao fim destes crimes, principalmente trabalhando com crianças, ensinando responsabilidade e bom senso no contato com os outros seres.

O Crime na Lapa

Segundo Diogo, que foi agente penitenciário no Rio de Janeiro, a criminalidade na Lapa existe e precisa ser combatida, além do seu trabalho como defensor de animais. Os principais casos que se apresentam na Lapa e região são o estupro de vulneráveis, principalmente no interior do município, além de um ensaio de dominação de comunidades pelo tráfico de drogas, coisa que o Delegado faz questão de afirmar que será um dos carros chefes no seu trabalho. “Prá quem veio do Rio de Janeiro é notável o amadorismo nesta tentativa de organização do tráfico em setores e usaremos toda nossa experiência para combater este problema”, afirmou Diogo. Também o pequeno tráfico de drogas, furtos, roubos fazem parte dos principais problemas criminais existentes na região.

As denúncias

Para denunciar maus-tratos aos animais é necessário entrar em contato com o disque denúncia pelo número 181. Importante frisar que muitas denúncias não são efetivamente de maus tratos e sim casos de falta de orientação, coisa que a Polícia Civil faz questão de se encarregar.

Caso Próprio

O Delegado Diogo já realizou dezenas de resgates e não é afeito à divulgação destas ações, visto que o que importa é a vida do animal. Inclusive nestes últimos dias foi resgatado um animalzinho em condições precárias que foi tratado com recursos próprios de Diogo e até um lar temporário para o pequeno cão já foi viabilizado. Porém a equipe da Delegacia se afeiçoou sobremaneira a este pequeno ser que não estão mais querendo coloca-lo para adoção. “A Delegacia não é o lugar mais adequado para ele e acabaremos levando o cãozinho para seu lar temporário”, afirmou Diogo.

Incompreensão

Um caso interessante que o Delegado Diogo nos contou foi de um caso acontecido dias atrás, quando os policiais receberam uma denúncia sobre maus tratos e a equipe foi verificar. “A senhora dona da casa veio nos receber com um cão cego em seu colo, demonstrando um amor muito grande ao pequeno ser”, além de cuidar de outros cães que haviam sido abandonados, inclusive alimentando alguns dos seus cães com comida pastosa, devido às dificuldades do animal. Muitas vezes as denúncias acabam não procedendo e são apenas problemas de incompreensão entre vizinhos, mas isso não significa que a crueldade não exista em determinados casos e é importante sempre estar atento à estes fatos.

Agradecimento

Diogo fez questão de agradecer a toda a equipe da 9ª Delegacia de Polícia Civil pelo empenho e dedicação em seu trabalho, também estendeu o agradecimento ao seu Superintendente, Dr Basílio. “Quero deixar um agradecimento especial a todos os protetores de animais da Lapa, pois eles exercem um trabalho maravilhoso e deixar um aviso para quem insiste em maltratar animais:, eu vou procura-los, encontra-los e descarregar o peso da lei em cima destes criminosos.

SERVIÇO

Denúncias de Maus Tratos Animais   Disque Denúncia – Fone 181