Projeto usa mãos de obra de detentos e já revitalizou dezenas de instituições de ensino no Paraná.
O programa Mãos Amigas, desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio de parceria entre o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), Secretaria de Estado da Segurança Pública, pelo Departamento Penitenciário (Depen), e pela Paranaeducação, transformou a realidade do Colégio Estadual Cívico Militar General Carneiro. A estrutura da instituição recebeu diversos serviços de reparos e pintura (manutenção do reboco, pinturas de paredes externas, muros e outros serviços de manutenção). Os trabalhos duraram cerca de um mês. A comunidade escolar ficou motivada diante dos resultados dos trabalhos feitos pelo Mãos Amigas. “Nosso colégio estava com alguns problemas e graças aos trabalhos do Programa Mãos Amigas temos uma escola com um novo visual, o que trouxe motivação e alegria para estudantes, professores, funcionários e pais”, afirmou Dirlei Werle Fávaro, diretora auxiliar do colégio.
OS TRABALHOS
Os trabalhos eram realizados nos Colégios de segunda a sexta-feira, das 09h às 14:30 horas. Guiados pelo monitor Adriano da Fundepar, cerca de 10 apenados desenvolveram os trabalhos com muita dignidade e respeito. “Por trás de cada apenado existe uma história de vida, eles erraram sim, mas estão tentando se reabilitar, se ressocializar com a sociedade e estão realizando um trabalho digno”, comenta emocionado o monitor Adriano Passos.
SOBRE O PROGRAMA MÃOS AMIGAS
O Mãos Amigas, que utiliza a mão de obra de pessoas privadas de liberdade na execução de serviços de conservação, manutenção e reparos em escolas estaduais e em patrimônios públicos do Estado, completou dez anos de funcionamento. O projeto disponibiliza mais uma forma de integração do detento com a sociedade, possibilitando a ressocialização a reinserção social, conforme determina a Lei de Execução Penal (LEP). Os detentos que participam do programa recebem 75% de um salário mínimo, e a cada três dias de trabalho é reduzido um dia da pena.
Para participar do programa é necessário apresentar ótimo comportamento carcerário e passar por rigoroso critério de requisitos legais. Atualmente, são mais de 80 detentos participando do programa. A estimativa da Divisão de Produção e Desenvolvimento da Polícia Penal do Paraná é que até o final de 2022 o programa esteja com 100 presos trabalhando em prol da sociedade no Estado.
DEDICAÇÃO
O que chama a atenção no projeto “Mãos Amigas” é a possibilidade da ressocialização do apenado com a sociedade e o contato do detento com o mundo externo, mostrando que existe uma possibilidade de reconciliação do apenado com o mundo.
A necessidade de maior investimento e atenção na separação entre criminosos e pequenos delituosos se faz necessária, pois estas pessoas voltarão ao seio da comunidade e, sem perspectiva, podem voltar ao crime como forma de vida, enquanto quem vê oportunidades em outras funções já sai do sistema com outra ideia formada.
Enfim, é gratificante ver a alegria dos apenados que estavam no Colégio General Carneiro, e a dedicação dos monitores Adriano e Arquimedes ao seu trabalho. Se cada um de nós dedicarmos um pouco mais de tempo ao próximo, o mundo pode se tornar um lugar melhor.