HISTÓRIA 

Registrando em imagens, o fotógrafo José Siben Torres pode contar uma boa parte da história da cidade da Lapa 

Com um olhar afiado e muito bom de prosa, o fotógrafo José Siben Torres é conhecido pelas pessoas mais antigas como o fotógrafo que mais registrava os momentos da cidade. Desde o acidente da Lapeana, passando pela explosão da fábrica de fogos de artifício na década de 80 Sibem foi um dos ícones da fotografia no nosso município.

Hoje com seus quase 90 anos ele conta que iniciou sua carreira fazendo fotos com aquelas máquinas que precisavam cobrir a cabeça e as chapas eram de vidro. Além do que a foto era tirada de ponta cabeça visto que era o modo como a tecnologia naquele momento funcionava.

Passando para as máquinas com filmes, Torres registrou diversas imagens para todos os tipos de eventos passando por batizados, casamentos e principalmente, como trabalhava para a polícia civil, foi ele quem registrou diversos crimes acontecidos na cidade da Lapa durante a sua profissão. Não trazemos aqui imagens que remetem à violência, mas existem diversas fotos que ele mostrou com muito orgulho em seus álbuns, que mostram tempos antigos, além de olhares especiais em fotos de monumentos e de locais da cidade da Lapa. Estes álbuns são o seu orgulho.

Uma imagem que chama atenção e está nessa reportagem que é a de um ônibus da Empresa Lapeana, que fazia a linha para Curitiba e São Mateus do Sul e também levava o pessoal a Guaratuba. A foto que seu Torres nos mostrou é da chegada de um ônibus novo na rodoviária, o que um que foi motivo de orgulho para empresa.

Conhecido por sua simpatia e por ser uma pessoa de fácil conversa ele era sempre convidado para registrar momentos em todos os locais.

Com muita Lucidez e com muito muita vontade de conversar, Seu José Torres, contou diversas  passagens sobre as quais ele viveu. Momentos emocionantes, momentos tristes e principalmente em seu trabalho na polícia, momentos de aflição, afinal eram cenas violentas e também inenarráveis.

Hoje aposentado vive numa casinha simples, mas seus álbuns estão ao seu lado a todo momento e ele faz questão de mostrar a todos os que visitam as suas fotos e a sua arte.

Perguntado sobre a questão da tecnologia Torres afirmou nunca ter usado uma máquina digital, apenas as máquinas com filme no final de sua carreira.

A fotografia evoluiu muito desde o tempo do início da sua carreira. Hoje, por exemplo, temos os celulares que inutilizaram as máquinas fotográficas com sua qualidade e praticidade, porém o trabalho de fotografar utilizando uma câmera com uma lente especial, sabendo usar as luzes, abertura e velocidade no disparo, era uma arte e continua sendo.

Torres merece a nossa homenagem e o reconhecimento de todos os lapeanos por fazer parte e por ser peça chave em diversos momentos na cidade. São inúmeras as pessoas que têm imagens produzidas por ele em seus batizados, casamentos e eventos em geral.

Agradecemos ao seu Torres pela acolhida em sua residência e qual não foi a nossa surpresa ao finalizar a conversa ele fazer questão de nos dar um punhado de balas, pois é assim que trata a todos os seus netos e a todos os seus visitantes.

Além de trabalhar com tudo que já citamos Torres também contribuiu imensamente para o jornal A Tribuna Regional trazendo imagens e fotos de momentos importantes para a cidade.

Fica aqui nosso registro de um tempo passado que merece respeito e admiração, afinal de contas não era nada fácil ser fotógrafo utilizando o equipamento da época.

Agradecemos mais uma vez a acolhida do seu Torres e o homenageamos por toda uma vida de trabalho dedicada à comunidade, com seu olhar afiado.