Em nove de outubro um deslizamento de terra na trilha da Pedra Partida no Parque do Monge inviabilizou sua utilização. Até agora não houve definição sobre a solução para este problema.
Visitando a Pedra Partida pela trilha alternativa que inicia no Cristo do Monge, num percurso difícil e perigoso de trilhar, nossa equipe de reportagem foi ‘in loco’ verificar as condições do acesso do lugar onde o Monge da Lapa fazia sua morada. O local foi interditado pelo acesso principal, ou seja, pela escadaria da Gruta do Monge, desde outubro de 2023, depois de um deslizamento de terra aproximadamente na metade do caminho.
O que pudemos verificar é que as pessoas continuam visitando a Pedra Partida, só que agora pelo caminho alternativo, visto que o carreiro está bem definido, porém o local é impróprio para o acesso, a dificuldade na descida é grande e o perigo é visível, mesmo assim o fluxo de pessoas pela trilha tem aumentado e pode vir a se tornar fatal.
O deslizamento de terra ocorrido tem aproximados trinta metros e o local é de difícil acesso para máquinas e equipamentos. Mesmo que uma simples passarela de metal fosse suficiente para desobstruir a trilha, seriam necessários muitos operários carregando geradores e equipamentos pesados, além do material necessário, coisa que encarece e dificulta em muito a solução.
MOROSIDADE
O Professor José Luiz de Liz Mendes, conhecido Zélão, é um dos mais ativos lutadores em prol da causa do Parque do Monge. Seja na real implementação do Plano de Manejo, seja em ações de limpeza e também participando do extinto Conselho Consultivo do Parque do Monge, ele nos afirmou que o que mais complica é a morosidade na resolução ou, ao menos, no estudo de soluções para que a trilha da Pedra Partida volte a ser atração turística e o Parque tenha condições de receber seus visitantes com atrações adequadas.
Como montanhista Zélão afirmou que o acesso ao local é somente para pessoas capacitadas e que em suas visitas levando grupos pela trilha alternativa sempre orienta muito cuidado e atenção, mas adverte que o caminho é difícil e necessita condicionamento apropriado.
CONSELHO
O Conselho Consultivo do Parque do Monge foi extinto, assim como em diversas outras unidades de conservação e depende da Sociedade Civil para voltar a funcionar e, segundo informações colhidas, sem a recriação do Conselho não é possível implementar o Plano de Manejo que estaria pronto para ser iniciado desde dezembro do ano passado. A definição do que é necessário para o novo conselho ainda está em processo inicial.
A PREFEITURA
Procuramos a Prefeitura da Lapa para obtermos informações sobre possíveis soluções e a resposta enviada pela comunicação é de que “A responsabilidade pela Unidade de Conservação do Parque Estadual do Monge é do Governo do Paraná. A trilha da Pedra Partida não resistiu ao grande volume pluviométrico no final do ano passado”.
“Desde então o Instituto Água e Terra por medida de segurança interditou a passagem de pedestres no local. Ao mesmo tempo, o órgão está trabalhando em um projeto para a recuperação da mesma.”
“A Prefeitura da Lapa, por meio do Departamento de Turismo acompanha o processo e apontou algumas alternativas para a solução do problema. No último dia 16, houve uma reunião entre a equipe do IAT com a Prefeitura Municipal da Lapa, onde foram abordados inúmeros assuntos, entre eles, soluções para a trilha da pedra partida.”
O IAT
Segundo Benedito Eugênio dos Santos Padilha, chefe do Parque do Monge, o IAT já vinha monitorando a trilha da Pedra Partida em razão de diversos pontos de possível deslizamento, tanto que a interdição foi feita antes mesmo do deslizamento. Também informou que o principal objetivo do IAT para a administração do Parque é manter a segurança dos visitantes e que, para tanto, não basta apenas fazer uma obra que resolva o deslizamento, mas sim uma readequação completa de toda a trilha, que tem aproximados 400 metros. Essa reforma contemplaria a identificação e prevenção de novos deslizamentos, com barreiras de contenção nos locais necessários, além da ‘amarração’ de pedras que possam vir a desabar sobre a trilha.
O Chefe do Parque ainda informou que já foram realizadas quatro visitas técnicas, com profissionais de engenharia e funcionários do IAT para analisar e planejar a resolução do caso da trilha interditada, mas finalizou reafirmando que o principal a se ter em mente é a segurança dos visitantes e, por este motivo, não serão soluções rápidas e ineficientes que serão adotadas.