A falta de contato humano

Neste mês onde todas as entidades responsáveis trabalham com a campanha do Setembro Amarelo, uma iniciativa para prevenção de tentativas de suicídio e auto-mutilação, lembramos de um pequeno detalhe que está nos faltando há muito tempo.

Depois do advento da internet com suas facilidades e ofertas de mundo melhor, a impressão que passa é que as pessoas acabam vivendo numa bolha que não é real, vendo todos os dias as postagens ‘felizes’ de influenciadores que ganham para mostrar um modelo de vida que, absolutamente não existe e não é alcançável.

A facilidade com que os pais distraem os filhos usando as telas de celulares, tablets ou computadores é outro componente nesta receita que finaliza resultando num absoluto e inimaginável desdém para com a vida alheia.

Nos tempos antigos (há menos de 20 anos) as crianças e adolescentes viviam e interagiam em grupos na rua da frente de sua casa, brincando de esconde-esconde, bete ombro, carrinhos de rolimã ou qualquer outra atividade que existia. Hoje é mais confortável deixar as crianças presas numa telinha assistindo youtube, netflix ou qualquer coisa que entreta e deixe os pais sossegados.

Há alguns meses entrevistamos a Psicopedagoga Ana Carolina Prevello e o psicólogo Cleverton Kossoski no espaço Prosa na Tribuna e a conclusão dos profissionais é de que os pais, responsáveis ou acompanhantes de crianças e adolescentes devem dedicar um ‘tempo de qualidade’ aos pequenos e aos púberes. O tempo pode ser de apenas 15 minutos diariamente, mas tem que valer o momento, ou seja, sem celulares ou tecnologia. Seria um momento de bate-papo livre de qualquer interferência externa.

Este contato simples e rápido previne demais os transtornos mentais, como mostrado na nossa matéria sobre o Setembro Amarelo. Apenas na Lapa, duas tentativas de suicídio são tratadas ao dia e isso é um número assustador. Os jovens são os principais alvos deste problema pela falta de afeto e contato humano.

É triste chegarmos a um ponto onde uma sociedade precisa de regras para voltar ao seio familiar, com orientações de meios de comunicação e profissionais de saúde para que façam o que sempre deveriam fazer: Cuidar uns dos outros e preocupar-se mutuamente dentro da família.

Caro leitor, não se omita e não deixe os seus queridos entrarem nesta ‘onda’ suicida. Gaste seu tempo com qualidade com as pessoas que você ama e vivam o mundo real, este mundo do abraço, do carinho e da preocupação mútua.

Você será muito mais feliz e as pessoas no seu entorno também ganham com isso.

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com