PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS

Jesus Cristo doutrinou dizendo: “Pelos seus frutos os conhecereis. Acaso se podem colher uvas dos espinhos ou figos dos cardos? Assim também toda árvore boa produz frutos bons, mas uma árvore podre produz frutos ruins. Uma árvore boa não pode produzir frutos ruins, e uma árvore podre não pode produzir frutos bons. Toda árvore que não produz frutos bons é cortada e jogada ao fogo. Por isso, em seus frutos vós os reconhecereis” – Mt 7.16-20.

Gente de fé, teologia, culto, piedade autoinovadas acha que Deus deveria tratá-la como as árvores e plantas mais preciosas, que deveria cercá-las e cultivá-las e dedicar-lhes o maior cuidado. No entanto, não veem ou não quer ver a sentença pronunciada sobre elas, de que Ele já tem o machado na mão e que já está posto em sua raiz, conforme Cristo diz alhures – Mt 3.10; Lc 3.9 –, e que para nada servem do que para o fogo infernal. Pois está escrito: todas as plantas que meu Pai celestial não plantou deverão ser arrancadas, etc. Mt 15.13. Isto Jesus Cristo disse por meio de comparações, como em parábolas ou palavras obscuras. Agora continua para explicar o que quis dizer com isto e lhes acrescenta a verdadeira interpretação com palavras claras e breves, dizendo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” – Mt 7.21.

É Cristo quem disse: a árvore má produz frutos maus. Ela se revelará a si mesma, a seu tempo. Não há necessidade de vermos e nem de querermos julgar o coração das pessoas. Basta esperar até que a árvore frutifique. Nos frutos discernireis, a seu tempo, as árvores. O fruto, porém, não poderá demorar. Não se trata aí da discrepância entre palavra e obra dos profetas, mas da do discernimento entre aparência e realidade. Jesus afirma que o hipócrita não poderá conservar a aparência maqueada por muito tempo. Há de chegar a época do fruto, a hora do discernimento. Cedo ou tarde há de se revelar a verdadeira situação. Não adianta a árvore não querer frutificar. O fruto virá forçosamente. Assim a hora na qual as árvores serão identificadas, a época dos frutos, tudo trará à luz. Sempre que vier a hora da decisão entre mundo e Igreja e esta pode vir todos os dias, não apenas em questões importantes, mas também em assuntos insignificantes e muito corriqueiros – há que se mostrar o que está podre e o que está são. Aí então existe somente a realidade; a aparência desaparecerá, de vez.

Jesus confia que Seus discípulos saibam, em tais momentos, discernir claramente a realidade da aparência, entre si e os cristãos aparentes. Isto os livrará da observação curioso-julgadora do outro / da outra, mas também exige veracidade e coragem para aceitar a decisão de Deus. A cada momento pode acontecer que sejam arrancados de nosso meio os cristãos / as cristãs aparentes, e cada árvore, a seu tempo, será desmascara ou evidenciada. Isto é um apelo conscientizador aos discípulos para comunhão mais firme com Cristo e discipulado mais fiel. A árvore má será cortada e lançada ao fogo. O maior esplendor de nada lhe valerá.

Por fim, assim como existem dois caminhos, o bem e o mau, assim existem dois tipos de profetas. Quanto aos falsos, Cristo, e o que promove e aponta para Ele, não é importante. E como haveria ser se se autofazem salvadores com seu ministério autoinovado e autoimputado? No versículo 21, que abordaremos nos artigos seguintes, a separação que ocorre com o chamamento de Jesus ao discipulado, é ainda mais profunda. Após a separação entre mundo e Igreja, entre cristãos aparentes e verdadeiros, ela continua no meio dos discípulos professos. O apóstolo Paulo diz: “[…] ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo” – 1Co 12.3 parte.

P. Airton Hermann Loeve.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com