No mercado de trabalho é sempre mais fácil para alguém conseguir emprego e crescer quanto mais experiência tiver. Na política existem dois lados desta premissa. Primeiro, o inexperiente que acha que vai mudar o mundo e dá com os burros n´água e segundo, o experiente demais que sabe bem como usar a máquina pública a seu favor.
Aprender e respeitar as mais diversas parcelas da Sociedade Civil, ouvindo suas reivindicações e críticas, é um passo importante para a obtenção da experiência necessária à uma boa administração. Quando o inexperiente pensa que sabe tudo, a coisa anda muito mal.
É notório e visível já há alguns meses que existem deficiências muito grandes no município na área de saúde. Médicos que antes visitavam postos de saúde do interior duas vezes por semana, hoje estão recebendo, quando muito, o profissional a cada 15 dias. Se formos falar sobre o pronto atendimento, muitas já são as reclamações que cidadãos postam em suas redes sociais, demonstrando o descontentamento com o atual modo de administrar.
A experiência extrema é maléfica também, visto que acomoda o cidadão como representante do povo e o torna ‘matreiro’, sabendo como passar o papo nos eleitores para continuar a se manter no carguinho ao qual foi elevado. Temos gente que já tem tempo para se aposentar somente com o cargo de vereador, e isso é péssimo para a política, que fica viciada e morna.
Voltando ao caso da administração. Estamos vendo um sem número de ações pontuais, como a instalação de quase duas dezenas de lombadas e uma porção de semáforos. Para agilizar o trânsito na cidade e desafogar as vias, um bom trabalho de planejamento urbano deveria ser feito. E foi, mas com olhos curitibanos. No projeto apresentado, contratado pelo município por mais de meio milhão de reais, os projetistas sugerem delimitar faixas exclusivas para ônibus circular e ciclovias, em detrimento das faixas de rolamento dos veículos. Isso é adaptável a outras cidades, pois aqui o transporte coletivo é limitado a locais e horários, tamanha a baixa procura por este serviço. Soluções de realidades diferentes não se encaixam por aqui.
Atender às demandas de vereadores e instalar lombadas em locais indicados por eles não contribui para melhorar a fluidez de tráfego. O povo também precisa entender que, em crescendo a cidade, maior e mais denso é o trânsito. Além disso, precisam aprender a utilizar faixas de pedestres e calçadas para liberar as ruas para os motoristas. Os motoristas precisam aprender a usar a seta para sinalizar e também se manter em suas pistas, nas vias principais, deixando de ocupar uma avenida inteira por trafegar no meio dela.
Voltemos à inexperiência. Aceitar críticas e aprender com elas é uma coisa que todo inexperiente deve fazer, com humildade e atenção, visto que existem inúmeros e diversos pontos de vista que podem colaborar para toda a comunidade. Infelizmente, em geral, quem menos tem capacidade é quem acha que sabe tudo.
E assim vamos vivendo, sofrendo e querendo… uma cidade melhor.