A Sinuca é racista?

É complicado falar sobre racismo, visto que qualquer comentário pode gerar um processo por discriminação, mesmo que estejamos apenas expressando uma opinião.

A moda hoje em dia é mudar tudo que possa ser considerado ofensivo para determinada classe de pessoas. No caso em pauta, podemos falar sobre algumas palavras que estão sendo consideradas de cunho racista, e que, segundo os militantes, são ofensivas à comunidade negra.

Denegrir é uma delas. Outro exemplo é quando dizemos ‘a coisa tá preta’. Também teve gente criticando o termo ‘criado-mudo’, dizendo ter referências racistas. Mulata é outra palavra que não pode ser mais usada, pois teria ligação a Mula. Nega Maluca é um bolo escuro com muito chocolate granulado, mas tem gente querendo demonizar a guloseima. Exemplos como este poderiam encher uma página, mas encerramos na Black Friday, que também é motivo de discussão por ser ‘black’.

Todos estes termos tem origens e significados diferentes do que os movimentos anti-racistas pregam. Não vamos nos alongar e explicar um a um, você pode procurar no google. O que chama a atenção é a distorção de origens e a insistência na alteração, mesmo sem haver razão prática para isso.

O preconceito existe e é presente em diversos momentos, mas não é fazendo terrorismo cultural que isso vai acabar. Quanto mais se insistir em ações desnecessárias, mais antipatia o movimento negro vai conquistar.

O caso do título é o seguinte. Através do projeto de Lei 4674 de 2021, de autoria do Deputado José Ricardo, do PT do Amazonas, poderão ser proibidas as partidas de sinuca por ser um jogo racista. Segundo o deputado a supremacia racial é devidamente representada pela bola branca, com o objetivo final de derrubar a bola preta, sendo que o número 8 faz alusão a uma algema, remetendo aos tempos da escravidão. É ou não é absurda a alegação do deputado?

Com estas tentativas de ganhar holofotes e problematizar palavras, o movimento anti-racista não ganha adeptos, apenas espanta pessoas que poderiam trabalhar em conjunto para encontrar soluções. A pobreza e a falta de oportunidades para a população pobre em geral é um dos grandes inimigos a ser enfrentados e não as palavras, jogos ou cultura de um povo todo.

Enquanto ficarmos inventando falácias para fomentar a divisão entre as pessoas, ninguém vai ganhar nada. Achar ‘pêlo em ovo’ faz mais mal do que bem à sociedade.

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com