Nos últimos tempos acabamos percebendo que a gritaria indignada sobre os mais diversos assuntos muitas vezes (ou quase sempre) vem de uma pequena minoria que acha que detém o ‘lugar de fala’. Aqueles que mais gritam são os que são atendidos em primeiro lugar.
Quem não chora não mama, já dizia a marchinha de carnaval. É o mesmo com as redes sociais, grande imprensa e também com as diversas classes que reivindicam alguma coisa.
Gritar e reclamar incomodam e podem acabar resolvendo. Você que é pai de mais de uma criança sabe que aquela mais birrenta vai acabar sendo atendida na frente da mais calma. O que isso pode nos dizer?
Simples: Se não tomarmos cuidado o nosso país vai passar a acreditar em todas as falácias e bobagens divulgadas pelos descontentes com o governo. Qualquer vírgula dá um bafafá tão grande que aparenta ser o fim do mundo. Qualquer tropeço é motivo para pedir impeachment do presidente e o griteiro é grande.
O que mais incomoda nestes casos é a indignação seletiva, personalista das pessoas. Quando você resolve criticar o Bolsonaro por abrir as portas do Palácio do Planalto para o humorista Carioca deve também pensar em criticar o Carnaval do Rio e o humorista Marcelo Adnet com suas ofensas diretas ao presidente.
Acompanho o twitter mais por diversão do que por informação. É lá que encontro os mais legítimos filhos mimados desta nação falando ao seu público e tentando convencer. É nítido e notório ver que os assuntos em maior destaque são puxados por alguns usuários no mínimo indignos. É o caso da Maria do Rosário, Gleisi Hoffmann, Lula e Haddad, mas também é o caso do Carluxo, da Joice, do Frota e assim vai. A realidade é essa: Grite uma mentira mais alto que o outro, sem poder ouvir o outro e você acabou de criar uma verdade.
A indignação deve ser exposta, mas não ao custo da verdade. É por isso que é muito importante participarmos das manifestações democráticas que serão realizadas no dia 15 de março. Na Lapa a concentração está marcada para o dia 15 de março às 15 horas.
As mudanças que estamos vivendo no país só foram possíveis quando você, sua esposa e seu filho pequeno pegaram o vovô e a vovô e foram às ruas de milhares de cidades para mostrar o seu descontentamento, de forma organizada e ordeira. Precisamos nos manter mobilizados. Agora a luta é contra um Congresso moroso e uma Justiça arcaica.
O tamanho do nosso país gera uma inércia tão grande que só pode ser vencida com a participação de cada um e todos nós. Vamos às ruas gritar a nossa indignação, vamos mostrar aos nossos inalcançáveis deputados, senadores e ministros do STF que nós estamos querendo mais do que esse prato-feito vagabundo que nos estão oferecendo.
Vamos às ruas. Gritar é importante.