2. DO DIVÓRCIO

Cristo, que quer que tudo o que fazemos e deixamos de fazer seja para honra de Deus, disse: “Também foi dito: quem se separa de sua esposa, deve dar-lhe uma carta de divórcio. Eu porém vos digo: quem se separa de sua esposa (que não seja por adultério), faz com que ela cometa adultério; e quem casa com uma divorciada, comete adultério” – Mt 5.31-32.

Os judeus, contemporâneos de Jesus Cristo, adulterando e expandindo o que consta em Dt 24.4, ensinavam que assim que um homem que se cansava de sua mulher e se apaixonasse por outra, ele a podia despedir e repudiar imediatamente, enquanto que Moisés o permitiu somente se encontrasse nela uma indecência ou fraqueza que impossibilitava o convívio. Eles procederam com tanta liberdade auto justificada que nesse assunto eles próprios perceberam que isso não era um procedimento louvável e que, com frequência, se agia levianamente e com má-fé. Por isso perguntaram a Jesus Cristo em Mt 19.3 se era lícito se divorciar por qualquer razão. A isso Ele lhes responde com um discurso duro como jamais o haviam ouvido e conclui, do mesmo modo como aqui, que ambos cometem adultério, tanto o que se divorcia quanto o que casa com uma divorciada (exceto em caso de adultério) e, também, torna adúltera a mulher, se ela casa com outro. Pois se ficasse sem marido, não poderia cometer adultério. Com isso, Cristo não apenas denuncia seu procedimento leviano na questão do divórcio, mas, sim, ensina que não devem se divorciar de modo algum; caso, porém, chegassem a se divorciar, que ambos deveriam permanecer sem matrimônio. E conclui que divórcio sempre é motivo para adultério. Não sejamos rápidos/as no contrair matrimônio!

A pergunta por que Moisés admitiu esse tipo de divórcio, Cristo responde: “Ele lho permitiu por causa de suas cabeças duras”. Em última análise, porque a sua fé, teologia, culto e piedade eram auto justificas e infestadas de impenitência e incredulidade. Na verdade, nem deveriam ter contraído matrimônio. Moisés não consentiu com o divórcio porque fosse um procedimento bonito e bom, mas porque os seus contemporâneos eram gente má e tão depravada e incorrigível em sua prepotência e altivez, de modo que é melhor fazer concessão antes que façam coisa pior, ou seja, provoquem miséria ou morte ou que sejam obrigados a viver em ‘eterno’ ódio, briga, violência, inimizade. O mesmo também seria aconselhável, envolvida a comunidade crente batizada, no caso de certas cabeças excêntricas, teimosas e obstinadas, que dominadas e escravizadas pela impenitência e incredulidade e forças demoníacas, que nada toleram em seu distúrbio de personalidade e não se prestam absolutamente para a vida matrimonial, razão pela qual se tornam, diariamente, mais e mais, psicótico-cínico-compulsivo-narcisistas. A estes, pecando fortemente e crendo ainda mais fortemente no perdão dos pecados por causa de Cristo, se deveria fazer concessões, embora não seja correto se divorciar, para que não aconteça coisa ainda pior! Há filhos e filhas de Belial – gente do mal mesmo – que jamais contraem matrimônio no SENHOR.

Quem é e quer ser pessoa cristã não deve se divorciar. Cada qual fique com sua consorte, suporte e carregue com ela as coisas boas e más, ainda que seja estranhamente esquisita e falha, ou, caso se divorciar, que isto aconteça em comunidade engajada em missão cristológica, e, depois, que permaneça sem matrimônio. Não nos é permitido fazer do estado matrimonial uma questão que esteja sob nosso arbítrio, como se estivesse em nosso poder mudar e trocar [o/a cônjuge] a nosso bel-prazer. Ao casar, que você não se auto infelicite!

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com