As vezes se ganha, às vezes se perde

Esta semana ganhamos algumas lutas enquanto perdemos outras.

Perdemos a possibilidade de termos voto auditável nas próximas eleições. A Câmara Federal votou e rejeitou a proposta de emenda constitucional que alterava as urnas eletrônicas para que contivessem uma pequena impressora acoplada a cada uma delas, e o eleitor poderia ver o seu voto ao confirmar, mas em nenhum momento este voto sairia da seção eleitoral. O ticket com o voto seria depositado de forma automática numa urna lacrada acoplada ao sistema eletrônico.

Este fato foi uma grande derrota, pois é nítido e notório que sistemas de informática não são infalíveis. O próprio TSE admitiu ter sido invadido por um hacker no ano de 2018, mas se fez de desentendido ao ser questionado nos últimos dias. São muitas narrativas envolvidas, e cada uma pior do que a outra. Mas, enfim, perdemos o voto impresso, perde o Brasil.

Ganhamos com a divulgação das novas modalidades de pedágio, que serão muito mais baratas do que as atuais. Mesmo sendo menores as novas tarifas, ainda não chegam nem perto daquelas cobradas no estado de Santa Catarina, na rodovia 101, que vai de Curitiba para o litoral catarinense. Por lá o valor é praticamente um terço do que iremos pagar nas novas tarifas. Mesmo assim, ganhamos uma batalha porque teremos um desconto de quase 50% no valor da tarifa cobrada na praça de pedágio da Lapa e em inúmeras outras espalhadas pelo Estado.

Mas, em se falando de Estado e Governo, nunca ganhamos de verdade. Baixa-se a tarifa, aumenta-se o número de praças de pedágio. Por muita sorte não teremos novas praças de pedágio na nossa região, mas serão mais 15 as rodovias que irão ser taxadas pela iniciativa privada através das concessões de pedágio.

Então, caro leitor, fica a pergunta: Mesmo ganhando, porque temos a sensação de perder?

O brasileiro está muito adestrado para aceitar os rumos da política definidos por pessoas que governam lá de muito longe. Não nos preocupamos em buscar melhorias para a comunidade, pensando apenas no nosso próprio final do mês.

Quando uma comunidade, um povo, passa a ser muito individualista, os líderes conseguem dividir e conquistar. É o que acontece hoje no país. Direita e Esquerda, Brancos e Negros, Mulheres e Homens, Heteros e Homossexuais, e assim por diante. Com o pensamento pequeno, estamos entrando cada vez mais em lutas inúteis e que não contribuem para a efetiva sensação de comunidade.

Uma vez me ensinaram que não existem pessoas de cor, ou gays, ou inimigos políticos. Existem apenas pessoas. E todas elas têm o que contribuir para todos, merecendo respeito de igual forma.

Enquanto brigamos por coisas que não devíamos brigar, lá em cima nos fazem de gato e sapato e ficamos felizes em lacrar.

Idiotice não?

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com