Ideologias autoritárias ou estatizantes!

Lembrando do diagrama de Nolan, que citei no último artigo, temos um padrão de agrupamento de ideologias de acordo com o dualismo “liberdade X igualdade” nos campos moral e econômico.

Isso forma uma espécie de “sistemas de coordenadas”, com eixo “x” e eixo “y”. No quadrante superior, à esquerda, temos as ideologias que acreditam que existe um padrão moral fixo na sociedade e que deve ser aplicado de forma igual a todos, e também que o Estado deve interferir para promover a igualdade econômica entre todos os seus cidadãos.

Lembremos que a primeira, maior e exclusiva função do Estado é a aplicação da força para manutenção da paz e das leis. E usar força contra seus cidadãos é coisa que todo Estado sabe fazer muito bem.

Neste cenário em que confiamos que o Estado deve interferir tanto na economia quanto no ordenamento moral, temos situações em que surgem governos autoritários.

O simples fato de o governo ser autoritário não seria problema. Imagine que fossemos governados por algum ser iluminado, cheio de sabedoria e justiça. Claro que seria fácil, cômodo e prático nos submeter. O problema é que na maioria das vezes governos autoritários não são sábios nem iluminados.

Os primeiros sistemas que tivemos assim foram os reinados absolutistas, que dominava tudo e a todos, e impunha a moral de uma restrita aristocracia. Mais recentemente, Karl Marx criou uma ideologia que na prática trocava a “aristocracia” pela “ditatura do proletariado”, ou o “comunismo”. Em outras palavras, em vez de ter um grupo pequeno de autoritários, teremos a grande massa reunida em um partido determinando os rumos da nação. Claro que sempre aparece um “grande líder”, que acaba dominando o partido. Outros regimes autoritários são o fascismo, o nazismo, e mais recentemente o bolivarianismo venezuelano.

Alguns podem criticar por estarmos colocando nazismo, fascismo, comunismo e bolivarianismo no mesmo pacote. Mas lembrem-se que estamos fazendo agrupamentos de acordo com um critério. Essas ideologias não são iguais, mas tem muitas semelhanças.

É o mesmo que classificar veículos. Temos veículos de passeio populares, familiares e utilitários. Um Fiat Uno e um Gol da Wolksvagen são carros totalmente diferentes, mas estão na mesma categoria de carro de passeio popular. Assim funciona com as ideologias citadas acima.

É interessante que apesar de termos tido exemplos de reis absolutistas que tiveram sucesso e desenvolveram bem o seu povo, nenhuma filosofia autoritária funcionou realmente por longo tempo, em nossa economia moderna. Os exemplos mais próximos hoje são Venezuela, Cuba e Coréia do Norte, todos países conduzidos à miséria pela força de seus governantes, e que combinam as características de um Estado forte com a intenção de manter um padrão moral nos cidadãos. Ou seja, tudo pelo Estado, nada fora dele.

Isso nos traz alertas para o nosso Brasil. Aqui o Estado é bastante grande, apesar de ainda não ser absoluto. Será que devemos também autorizar o Estado a cuidar do formação moral de nossos jovens? Qual é a moral que eles irão aprender e considerar? Quem determina isso?

Na próxima edição falaremos sobre o segundo quadrante do diagrama de Nolan.

*Dartagnan Gorniski é proprietário do site www.floramonteclaro.com.br  e professor. É Engenheiro Florestal, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Especialista em Certificação Ambiental e Licenciado em Matemática, e nas horas vagas dá palpites sobre tudo o que vê pela frente.

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