Em tempos de ânimos exaltados e propostas mirabolantes, sempre tem aquele que, no fundo, acha-se melhor que os outros. É muito comum vermos candidatos, políticos e apoiadores afirmando categoricamente que sabem o que fazer, como fazer e que vão fazer coisas que já demoram décadas paradas sem solução.
É interessante como somos mesquinhos, achando que somos melhores que os outros em diversos momentos do nosso cotidiano. Sabemos que algo não é certo, mas insistimos na idéia estapafúrdia por ser de nossa autoria.
Pior que esses são aqueles que vivem em mundos de fadas, onde todos vivem ‘caminhando e cantando’ e são solidários, cordiais, delicados e honestos. São pessoas que não tem vivência comunitária e querem imprimir aos outros as suas convicções. Vivem abraçados com pessoas de má índole e insistem em dizer que são injustiças.
Pessoas que vivem de salários altíssimos, em funções confortáveis, usufruindo das benesses do Estado tem a empáfia de querer dizer aos reles mortais, trabalhadores, empresários, o que fazer. Vivem num mundo cor-de-rosa e querem imprimir esse modus vivendi para todos.
A diferença entre os que vivem num mundo de fantasia e dos que vivem num mundo real é simples: Expectativas diferentes. Quem vive no mundo real sabe muito bem onde pode pisar e por onde caminhar. Quem vive num mundo de fadas sonha que todos podem caminhar pelos caminhos que a pessoa seguiu, sem a menor dificuldade e acham que todos tem que sonhar do mesmo modo.
Sonhos são ótimos, mas aplicados à realidade, devem ser ajustados e muito. Não foi uma, nem duas vezes, que vimos pessoas entusiasmadas falando em usar criatividade para resolver problemas comunitários, mesmo que o problema já dure décadas. A empáfia dos contos de fadas é que lá sempre existe final feliz, enquanto na vida real a realidade impõe seus limites e dificuldades.
Mas o foco deste texto é a tal da Régua. O modo como vivemos nos obriga a usar as medidas que conhecemos para medir os outros. Quando não se vive na realidade, medir os outros é muito fácil.
É interessante como as medidas que fazemos diferem. Prá mim, ser correligionário de bandido me torna, no mínimo, suspeito. Fazer parte de um grupo que usou a máquina de governo para benefício próprio e enriquecimento ilícito, prá mim é suspeito. Defender bandidos e organizações criminosas, prá mim é suspeito.
Então, prá finalizar, a régua que me mede é a mesma que mede você. E não sou eu e nem você o certo, apenas não chegamos a um consenso em qual unidade métrica usar.