Nova ladeira política no Brasil?

No último ano os brasileiros foram confrontados com uma escolha básica: podiam optar pelo caminho da corrupção, ou por um caminho confuso, sem muita definição de onde iria chegar. Optou pela dúvida. Nisso gerou uma maré de ‘viúvas’ dos velhos costumes, que claro, reclamam de tudo que o novo governo faz. Desde antes de assumir surgem factoides dia sim, dia também, que se verificados a fundo nunca eram mais que manchetes sem fundamento. Claro, ficou cada vez mais clara a capacidade de nosso atual presidente de falar bobagens, mas num país que teve oito anos de Lula e seis de Dilma, um presidente falando bobagem não deveria causar espanto.

Logo após a eleição já começaram a aparecer ‘eleitores arrependidos’. Mas quando você ia pesquisar, percebia que na verdade era alguém que tinha apoiado e até feito campanha o lado corrupto, e que agora apenas se fazia eleitor bolsonarista arrependido.

A alguns dias uma amiga lá de Irati, que sempre foi do tipo ‘em cima do muro’ postou na internet um abaixo assinado para pedir o impeachment de Bolsonaro. Como ela sempre foi indecisa, e de uns tempos para cá estava bastante envolvida com um povo petista declarado, não estranhei. E esse tipo de gente vai ter sempre. Logo que ela encontrar uma turma onde domine outra opinião, irá mudar também.

Mas esta semana, após sete meses de novo governo, encontrei realmente uma pessoa que votou em Bolsonaro, e afirma que está cada dia mais descrente do seu governo. Oras: se existe uma pessoa assim, devem ter mais. Talvez ainda pouco representativos, mas para um governo que não completou um ano, isso deveria preocupar.

Desde que comecei a acompanhar política, lá no governo Sarney, sempre achei coisas boas e coisas ruins em todos os governos. Sim, acredito que o governo ‘lulodilmista’ teve pontos positivos, mas na minha opinião, teve mais pontos negativos. Muitos mais.  E é lógico que vou ver pontos negativos no atual governo. A indicação do filho para a embaixada nos EUA é uma falha, por exemplo. O costume de fazer discursos atacando todo mundo, é outro problema – isso não cabe ao cargo de presidente. Mas ainda acho que este governo está acertando mais que errando. Duvida? Só puxando de memória, de forma rápida: redução dos ministérios, indicação de Moro e Guedes como ministros, aprovação da reforma da previdência, acordo com a União Europeia, Brasil voltando a ter grau de investimento (isso é o melhor de tudo), vários atos e decretos desburocratizando o país, e claro, até agora não tivemos escândalos de corrupção.

Mas e se a maré realmente estiver mudando? Para um impeachment são necessárias três coisas: a) um crime; b) falta de apoio popular; c) falta de apoio no Congresso. Bolsonaro já não tem este último. Se perder apoio popular, ficará bastante vulnerável. Claro, vai faltar o crime, mas neste caso, qualquer picuinha pode ser usada, e anos depois que se prove na justiça a inocência. Collor conseguiu provar sua inocência, décadas depois de ser expulso (claro, inocência perante a justiça brasileira… ninguém acredita que ele é uma vestal).

O problema é que se não surgir alguma coisa muito boa – mas muito boa mesmo – que coloque o Brasil em rápido crescimento logo, mais e mais pessoas irão aos poucos cair nas notícias negativas. E na situação que o PT deixou o Brasil, nem Jesus Cristo conseguiria uma retomada tão rápida. Será que teremos novamente um General na presidência?

Please follow and like us:

Administrador

Há 42 anos trazendo para você leitor informações sobre a Lapa e região. "O pequeno grande Jornal".
Entre em contato com Administrador: tribunalapa@gmail.com