O direito de cumprir o seu dever

Li uma publicação de um amigo afirmando que, se as pessoas parassem de brigar entre direita e esquerda, se unissem e lutassem por seus direitos, o mundo seria melhor. Uma bela afirmação que fala em união e luta por algo melhor. Porém, me coloquei a pensar: O que leva tantas pessoas a pensarem que TEM DIREITOS, sem precisar cumprir com SEUS DEVERES?

Todas as ações tem reações, toda moeda tem dois lados e um lado complementa o outro. No caso da legislação que oferece diversos direitos ao brasileiro, também consta de diversos deveres, abarcando as mais diversas facetas. É dever do cidadão cumprir a lei, mas ele tem direito a defesa se não o fizer. É direito do servidor público pedir aumento de salário, mas é dever deste mesmo servidor cumprir com a sua função e atender bem o cidadão. São tantos direitos que até para cumprir as obrigações é como se você tivesse o DIREITO de escolher CUMPRIR SEU DEVER ou não, como se os DEVERES fossem opcionais.

Essa gambiarra toda de direito e dever é muito polêmica, mas nós, Brasileiros, estamos acostumados a ter sempre “ALGUEM QUE RESOLVA”. Somos levados, por falta de cultura ou até por sem-vergonhice a dar um jeitinho nas nossas obrigações de qualquer maneira enquanto sentamos no lugar mais alto e exigimos direitos.

Prá falar de uma maneira geral é como se todo brasileiro quisesse e exigisse usar uma muleta do Estado, exigindo dele tudo e não retribuindo à comunidade com as nossas obrigações. A sociedade está muito superficial e rasa em todas as suas decisões. Essa geração Nutella que está sendo criada para ser a próxima a mandar no mundo, terá muita dificuldade em lidar com frustrações, pois desde pequenos estão sendo ensinados que tem apenas direitos.

Uma criança fazendo birra por querer um produto que não está acessível aos pais não recebe uma necessária ação disciplinadora. Em geral troca-se o silêncio do pirralho pelo presente em busca do sossego familiar. Mas o que será desta criança quando crescer e tiver que enfrentar o mundo real? Aí sim teremos uma geração traumatizada e frágil, que se preocupa com os canudinhos que matam tartarugas, mas não olham pro vizinho em situação precária.

Sem desmerecer direitos importantes, como à saúde, à vida e à segurança, temos que tirar o foco do que achamos que merecemos para o que podemos conquistar. Essa conquista começa na educação familiar, limitando e dando norte às decisões dos pequenos. Orientar com firmeza não é ser cruel. É preparar o seu filho para o mundo real. Ou você acha que nas ruas o seu filho vai poder berrar e gritar e exigir a sua parte sem trabalhar prá isso?

Exija seus direitos, lute por eles, mas, em primeiro lugar cumpra seus deveres.

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com