A pregação, ensino e confissão de Jesus Cristo auferem benefícios corpóreos que a razão e inteligência não conseguem dimensionar fora da fé que é dádiva do Espírito Santo. Ele diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não cometerás adultério”. Eu, porém, vos digo: quem olhar para uma mulher e a cobiça, já cometeu adultério com ela em seu coração. Se teu olho te escandaliza, arranca-o e joga-o fora. É melhor que se perca um de teus membros e não seja todo o corpo lançado ao inferno; se tua mão direita te escandaliza, decepa-a e joga-a fora. É melhor que se perca um de teus membros e não seja lançado ao inferno todo o corpo” – Mt 5.27-30. A recompensa do desejo cobiçoso carnal é pouca em comparação com o malefício.
A fé, teologia, culto e vida piedosa auto sugestionadas, adulterando e expandindo o texto bíblico, são prejudiciais no mais alto grau. Note: Os fariseus da época de Cristo e do presente vão tão longe na sua fé carnal, antropológica, mundana que suscitam grande debate, muita dúvida, controvérsia, falação, que é até difícil sistematizar todas. Eles perguntam, inclusive, para se auto absolver, se um ‘simples’ caso com uma meretriz fora do matrimônio também seria pecado. Na história, que vergonha!, se chegou a tal ponto que se entendeu ser uma honra entre gente respeitável considerar quase como santas as pessoas que não vão além disso. Por outro lado, houve gente que tomou os mandamentos de Deus com rigor demasiado, querendo ser tão santa – por sua própria inventiva – que, inclusive, proibiram o olhar para uma mulher. Sim. Chegaram ao ponto de ensinar que se deve evitar todo convívio de homens e mulheres. Daí surgiram os ‘excelentes santos’ que ‘fugiram do mundo’ para o deserto e mosteiros, a fim de fugirem de todo olhar, ouvir, agir e comunhão com o mundo. Triste.
Jesus Cristo, porém, opõe a ambas as práticas o contrário. Ele não quer que o mandamento de Deus seja distorcido dessa maneira, nem que se aconselhe soltar as rédeas para a impudicícia e patifaria. Pois diz com palavras claras e breves que quem olhar para uma mulher com desejo impuro é adúltero e condena-o ao fogo infernal, dizendo que seria melhor arrancar o olho para que não seja lançado ao inferno o corpo todo. E também não quer esses ‘santos’ que fogem do convívio humano. Pois se isso fosse válido, não haveria necessidade dos Dez Mandamentos em parte alguma. Pois, se uma pessoa se encontra no deserto, isolada de todo convívio humano, não há mérito nenhum se ela não comete adultério, não mata nem rouba. E, assim, ela pensa que é santa em virtude de suas obras e méritos e que se encontra muito na dianteira dos Dez Mandamentos que, afinal, foram dados por Deus a fim de nos ensinar como nós devemos viver corretamente no mundo, por fé e amor. Quem pensa que consegue ser santa sem Cristo e Seus méritos, se auto ilude e auto engana, integralmente. Nós somos pessoas pecadoras por natureza e somos justificadas por graça mediante a fé em Jesus Cristo, somente. Ninguém auto conquista a santidade diante de Deus.
Deus não nos chamou à existência para fugirmos um do outro, uma da outra. E, sim, para vivermos em comunhão e compartilhar com quem nos cerca, homens e mulheres, dias bons e maus. E, por sermos seres humanos carentes da justiça original, nós, também, temos que ajudar as pessoas que nos cercam a carregar toda sorte de desgraça humanas e a maldição que foi promunciada sobre nós quando da queda de Adão e Eva em pecado. Nós temos que estar preparados/as para podermos viver entre gente má, para que, aí, cada qual, por graça e fé em Cristo, comprove sua santidade, não perdendo a paciência e fugindo.
