O liberalismo como ideologia!

O liberalismo foi uma das primeiras ideologias modernas, tendo como fundador Jonh Locke, que viveu entre 1632 e 1704. Defendia valores como propriedade privada, vida humana, livre arbítrio e liberdade de opinião e expressão e estado mínimo.

Aos poucos o liberalismo foi evoluindo, até ser criada a primeira nação com valores liberais – os EUA. Algumas décadas depois, em 1835, Alexis de Tocqueville lançou outra obra prima do pensamento liberal: “A Democracia na América” (recomendo leitura – de verdade), onde relacionou a forte liberdade existente no novo país ao seu rápido desenvolvimento e introduziu junto aos liberais o dualismo entre liberdade e igualdade, que já abordamos aqui.

Só que o próprio Tocqueville afirmava que apenas a liberdade não explicava o caso americano. Lá havia o componente religioso moldando o caráter moral. Na prática, Tocqueville era o que hoje chamamos de conservador, no segundo quadrante do diagrama de Nolan.

Contudo, o dualismo “liberdade X igualdade” proposto por Tocqueville evoluiu para o pensamento liberal de hoje.

No campo político um liberal acredita que a defesa das minorias é a prioridade em qualquer povo. Só que a menor “minoria” existente é o indivíduo, portanto, os direitos individuais devem ser superiores aos direitos coletivos. Nada de “classe social”. O que conta é o “indivíduo”. Acreditam que o indivíduo tem o direito de fazer de sua vida o que quiser e como quiser – desde que não afete outros. Se afetar outros, então deve ser levado à justiça.

Um liberal também acredita que toda vez que o governo cria alguma regulamentação, ele retira obrigatoriamente o direito individual de alguém, privilegiando outras pessoas. Isso faz com que o Estado vire balcão de negócios para grupos de pressão, o que só será combatido se o Estado não tiver tamanho, força e legitimidade para intervenções do tipo. Portanto, o Estado Mínimo é uma prerrogativa dos liberais, e como Estado Mínimo entende-se que nenhum governo deveria criar “empresas estatais”, e nem deve atuar em áreas onde comprovadamente é falho, como saúde, educação, transporte, economia… enfim, tudo.

O governo deve ser restrito a algumas atividades básicas que garantam a ordem, por exemplo, o uso da força, na forma de polícia e exército. Apenas isso. Todo o resto pode e deve ser gerido pela iniciativa privada.

As diferenças entre os liberais estão justamente no tamanho de Estado necessário para garantir a ordem. Liberais clássicos admitem que o governo deve atuar onde a iniciativa privada não tem interesse ou onde exista um monopólio natural, como distribuição de água, por exemplo, que é impossível implantar um sistema de concorrência. Liberais mais radicais discordam da questão dos monopólios. Já os recentes “anarcocapitalistas”, o grau mais extremo do liberalismo, duvida até da necessidade da polícia, por exemplo.

Como citei a teoria da caixa de bombons, vale lembrar que pessoalmente não acredito – ou melhor, ainda não fui convencido – de que um Estado totalmente minúsculo seja uma boa coisa. Penso que talvez seja benéfica a atuação pontual e localizada do Estado em algumas atividades, mas concordo totalmente que temos que reduzir imediatamente o tamanho do Estado Brasileiro.

 

*Dartagnan Gorniski é proprietário do site www.floramonteclaro.com.br  e professor. É Engenheiro Florestal, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Especialista em Certificação Ambiental e Licenciado em Matemática, e nas horas vagas dá palpites sobre tudo o que vê pela frente.

 

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