COMPETÊNCIA

Honrar pai e mãe para que nos vá bem exige que cada um de nós faça o que nos compete fazer no exercício da nossa função, estado e incumbência. Ninguém deve se exceder. Aliás, convém lembrar qual foi o resultado quando o povo de Israel e os seus contemporâneos começaram a tolerar ‘prostíbulos’ carnais e espirituais. Aí o pecado e os vícios malévolos, em todos os sentidos, começaram a se instalar para ruína e perdição do povo. E, sem demora, eles corromperam o poder secular e a autoridade espiritual auto instituída. A obediência e a desobediência a Deus e Seus Mandamentos tem consequências reais, do lar ao governo.

Se nós não valorizamos a necessidade e os benefícios da obediência, fica difícil crer que o mal pode ser contido e enfrentado por quem quer que seja. Paulo escreve em Tt 2.9s.: “Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões, não furtem; pelo contrário, deem prova de toda a fidelidade, a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador.” Gente obediente suscita ‘boa fama’ à doutrina de Cristo e à fé que o Espírito Santo inspira, de modo que o povo que não crê não possa se queixar e se escandalizar por nossa causa. Também Pedro ensina em 1 Pe 2.18s.: “Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso; porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus.”

Pessoas crentes e batizadas não dão motivo a patrões e patroas para que se queixem delas. Não é agradável a Deus quando se conclui que nós somos gente ruim, desleal, mal-educada e aproveitadora. Conservar no coração, na mente e no espírito clara e evidentemente o desejo de ser um cristo para o próximo é uma resposta da fé ao modo do quarto Mandamento.  Fica a pergunta: será que ainda há gente que crê que o patrão e a patroa são pai e mãe? Se ele e ela se dão conta de que nós o e a assim consideramos, é outra história.

Em contrapartida, quem nos concede emprego não deveria dirigir e liderar a nós com raiva, exploração e examinando tudo o que fizemos, meticulosamente, para ver se não cometemos um erro ínfimo para, então, nos tratar desprovido de graça e misericórdia. Pois nem tudo pode sair, sempre, bem certinho, seja em que estamento for, uma vez que nesta terra vivemos na imperfeição. Todos/as nós, sem exceção, somos falhos/as e imperfeitos/as, por natureza. Paulo escreve em Cl 4.1: “Senhores, tratai os servos com justiça e com equidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu.” Assim como os patrões e as patroas não querem ser tratados/as com o maior rigor por Deus, mas que Ele lhes perdoe muitas coisas por graça, da mesma forma eles/as devem ser tanto mais brandos/as em relação a seus/suas serviçais e perdoar alguma coisa. Não obstante, devem se empenhar para que estes/as procedam corretamente e aprendam a temer a Deus.

Ninguém de nós, em verdade, pode afirmar que não sabe a quem honrar como pai e mãe. Aliás, ali onde estamos, bem como no estado e função que ocupamos e desempenhamos há mais boas obras a fazer do que somos capazes, contanto que nossa fé tenha como fundamento a Palavra. Quando o povo não se ‘prostitui’ seduzido pela fé que desrespeita os Mandamentos de Deus há como enumerar males instalados nas relações interpessoais?

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com