Privatizações como solução

Recentemente os Correios anunciaram que irão aumentar os valores de postagens. Em tempos de comércio eletrônico isso afeta muita gente. E a revolta é grande, afinal, apesar de termos um bom atendimento na nossa agência da Lapa, quando um pacote é postado não temos mais nenhuma garantia de entrega.

Com esse barulho, muitos aderiram à ideia de privatização dos Correios. E não só! Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, e uma infinidade de outras empresas estatais.

O argumento é bastante lógico: empresas privadas tendem a ser mais eficientes e não oferecem cargos para serem negociados por políticos e familiares. Ou seja, o serviço prestado tende a melhorar, ficar mais barato, e ainda elimina um foco de corrupção.

Vejam o exemplo dos Correios: detêm o monopólio da distribuição de cartas, e domina o mercado de encomendas. O número de postagens só tem aumentado, ano a ano, graças ao comércio eletrônico. Ainda assim, fecha as contas com notórios prejuízos. Como? Oras! Em algum lugar existe ou alguém muito incompetente gerenciando as coisas – e provavelmente foi oriundo de indicação política, ou existe alguém desviando dinheiro. Mais provável que sejam as duas coisas. A solução para acabar com o prejuízo, num país normal, seria eliminar esse cidadão. No Brasil a solução é aumentar os preços dos serviços.

O simples fato de a empresa ser estatal não é necessariamente bom ou ruim. Depende muito do modelo, e também da cultura estatal do país. Não tenho dúvida de que em países como Noruega, Suíça e Finlândia as estatais funcionam. Mas nós estamos no Brasil. Aqui, são sinônimo de cabide de emprego e negociatas de políticos.

Também a privatização nem sempre é boa. O grande exemplo que temos aqui foi a telefonia. Em pouco tempo, o preço do telefone barateou muito, e temos 2 a 3 linhas telefônicas por habitante. Só que privatizou pela metade. Sim, pois primeiro criou uma ANATEL que impede a concorrência no setor, impedindo a entrada de novas empresas. Com apenas 4 ou 5 operadoras em todo o País, a qualidade ainda deixa muito a desejar. Então não adianta privatizar se o Governo insistir e botar a mão. Daí vamos ter exemplos de corrupção em empresas privadas… lembram de um filho de político que ficou rico prestando serviço para uma telefônica? Não vou dizer o nome do político porque podem reclamar deste texto ficar muito politizado… Então, apenas lembro que este político é barbudo e não tem o dedo mindinho… E a tele que falo você lembra quando espirra.

Então, se falarmos de privatização, sou a favor. Na verdade, todos temos que ser. Mas que liberem mesmo o mercado, de verdade, sem mais intervenção do governo. Se focarmos nas teles, os EUA, com território similar ao nosso, tem alguns milhares de operadoras, com serviços e preços melhores. Para correios, o preço de postagem e tempo de entrega em similares americanos é infinitamente menor – e, claro, lá não existe só uma empresa, e muito menos um monopólio, como aqui.

E enquanto não conseguimos privatizar os Correios, peço ao leitor sua adesão aos diversos protestos que têm ocorrido na internet, contra os aumentos abusivos e a ineficiência dos serviços.

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