Quando comecei a escrever esta coluna dei algumas sugestões para projetos futuros em nossa cidade. São projetos que seriam interessantes que estivessem já elaborados de forma mínima, e engavetados na prefeitura, para serem acionados quando houver algum posicionamento favorável estadual ou federal. Isto porque são coisas que dificilmente o município conseguirá fazer sozinho, e muito menos em curto prazo.
No ano passado surgiu uma nova possibilidade para mais um projeto que poderia ser abraçado pelo poder público: a criação de uma nova estrutura para o Colégio São José, e aproveitamento do prédio atual para usos comunitários e municipais.
A instituição “Colégio São José” é um patrimônio em nosso município e é onde uma parcela bastante considerável de nossos jovens são formados. É importante e deve ser respeitada. Mas a sua localização está se tornando um problema tanto para a instituição quanto para a população.
Para a instituição a localização é problemática porque o prédio está ficando pequeno para adequar o número de alunos e não existe possibilidade de ampliação do espaço. Também como está em uma via bastante movimentada, os ruídos da cidade atrapalham bastante as aulas, e claro, os alunos tem todo um comércio nos arredores para lhes incentivar a gazear aulas. Para a comunidade porque a simples existência do colégio aumenta o trânsito de pessoas e veículos nos arredores, o que contribui bastante para congestionar nosso centro, sem contar com aqueles maus alunos que “matam” aulas e ficam arrumando problemas, mas como não estão em festas, não são vistos pelo conselho tutelar.
A instituição é estadual, e até onde sei, o prédio também. Por isso a prefeitura teria poucos poderes para agir sozinha. A intenção seria peticionar ao Governo Estadual que ele adquirisse um ou mais terrenos – talvez ali na vila Magalhães, talvez nas proximidades do Fórum… enfim, em algum local que possa receber uma estrutura adequada para a construção de um prédio novo e moderno e com estrutura e capacidade de alunos adequada ao nosso Colégio São José.
Com este deslocamento, sobraria um enorme prédio, totalmente disponível em pleno centro de nossa cidade, que como pertence ao Governo Estadual, poderia ser solicitado para uso municipal. Ali poderia funcionar uma quantidade considerável de órgãos públicos municipais, reduzindo o gasto de nosso município com aluguéis.
O muro ali na Rua Sete de Setembro poderia ser derrubado, e criado um calçadão em todo o espaço interno até o prédio propriamente dito. Se o leitor tiver curiosidade, recomendo olhar aquela quadra pelas imagens do Google, e o que verá é que a maior parte das construções está na beira das ruas, e o interior da quadra é um enorme espaço sem quase nenhuma obra. A quadra também tem muitos prédios públicos ou em uso público – alguns históricos, como o Teatro São João e o Museu Histórico da Lapa, que poderiam vir a integrar algum projeto de revitalização do espaço. Uma revitalização que poderia se integrar com a Praça General Carneiro, Praça Mirazinha Braga, Pantheon, Largo Francisco Cunha Filho e finalmente com a Alameda Davi Carneiro. Baita espaço público, não é?
Se isso não agradar, afinal é um prédio antigo, poderia destinado a outros usos. Numa cidade histórica, museus nunca são demais. A nossa biblioteca municipal poderia se instalar ali, e apenas usando poucas salas já poderia sairia da situação de penúria e abandono que atual, recebendo talvez até sala de informática. Algumas salas poderiam ser cedidas temporariamente a instituições locais como cooperativas e associações em fase inicial de organização, servindo a titulo de fomento. A quadra poderia ser destinada a uso comunitário, como era nos anos 90, quando havia até campeonatos no local, e a feirinha do produtor, que já sofreu uma tentativa fracassada de se instalar ali ao lado, poderia – quem sabe – ser melhor alocada onde hoje é pátio do colégio.
Enfim, é apenas uma sugestão, e claro, depende muito de vontade política. Mas espero que alguém com a caneta na mão abrace a ideia.
