Batendo papo com meu amigo e leitor deste jornal, o jovem Valdinei, responsável pela recepção do anexo da Câmara Municipal da Lapa, sempre trocamos ideias sobre series e filmes que nos chamaram a atenção.
Quando comentei sobre um novo filme ao qual assisti, Valdinei disse que tem visto uma série que chama 60% Zumbis. Segundo ele, nesta produção, existem os bandidos e os mocinhos, mas é muito difícil dizer quem é quem, pois tanto um lado quanto o outro tem tanto boas quanto más atitudes.
Enquanto dois lados embatem numa luta pela dominação total, os 60% da população local ficam adormecidos, despreocupados com o mundo em que vivem, deixando a guerra acontecer, sem se manifestar tanto para um lado quanto para o outro.
A série é uma peça apocalíptica que mostra a luta entre o bem e o mal, mas o bem e o mal são confusos, porque nada neste mundo é preto no branco, tanto um lado quanto o outro tem suas coisas boas quanto suas coisas ruins.
Prá quem ainda não percebeu, esta série é o simples acompanhar das notícias das principais mídias nacionais, onde vemos uma guerra entre duas ideologias pelo poder no Brasil.
De um lado a direita, que tem diversas pautas benéficas, como livre comércio, estado mínimo, liberação de armas, de outro lado a esquerda, com suas pautas de respeito a minorias, igualdade social e distribuição de renda.
Os dois lados tem suas coisas boas, mas o grande problema é que os lutadores que estão nesta guerra já perderam legitimidade há tempos.
Eu, pessoalmente, ainda acredito que o atual governo é um dos melhores que já existiu neste país e que não há nenhum escândalo de corrupção como existiu nos últimos governos, porém o ‘Tiozão do Pavê’ não podia ser tão sarcástico e desbocado, devendo manter uma postura de governante. Enquanto isso a esquerda devia se livrar dos líderes que se meteram em corrupção e não ficar defendendo malabarismos constitucionais para livrar bandidos da cadeia.
Uma vez estive conversando com o ex-vereador Josias e acabamos chegando à conclusão de que o Brasil iria prá frente se tivéssemos menos Marias do Rosário e Eduardos Bolsonaros e mais pessoas que possam fazer a ponte de ideias e ideologias.
Se conseguíssemos baixar a bola e colocar em uma mesa os grandes pensadores, livres de idolatria, poderíamos repensar nosso país e fazer crescer aqueles projetos tão necessários que todos sonhamos para este país.
Quem é contra o combate à corrupção?
Quem é contra o combate ao racismo?
Quem é contra reduzir os privilégios dos políticos?
Quem é contra prender bandido assim que julgado pelo primeiro juiz?
Quem é contra fazer valer a lei para pobres e ricos da mesma maneira?
É duro, mas todas essas pautas podem ser defendidas pelos dois lados, mas quando diz respeito ao inimigo, tudo muda.
Série indigesta mesmo. E tem muitos capítulos à frente ainda.