Nesta quarta-feira participei de uma reunião com líderes da cidade e da região, com a participação do ativo e muito competente Deputado Subtenente Everton, na casa do Pinga da Rodolapa. Durante a reunião, as questões foram levantadas, as mentiras dos governos, tanto federal, quanto estadual, descobertas e soubemos que teremos que engolir um grande prejuízo com os novos contratos de pedágio se não nos mexermos. Isto tudo está numa matéria nesta edição. Mas o assunto deste editorial é outro.
Durante a reunião meu pessoal amigo Mansur de Jesus Daou pediu a palavra e opinou sobre tudo o que estava acontecendo, finalizando sua fala afirmando que será muito difícil alguma empresa ter interesse na praça de pedágio da Lapa, visto que a cidade está com sua economia cada vez menor e que a grande maioria das pessoas está trabalhando fora daqui.
Aquilo ficou martelando em minha cabeça e não tive tempo de falar pessoalmente com ele. Por isso, tomei a liberdade de contestar, pacificamente, suas palavras, através deste espaço.
Não sou um bom analista econômico, apenas um jornalista e pequeno empresário que vive o dia-a-dia da cidade, conversa e interage com as pessoas, sofrendo ou usufruindo das mesmas coisas que todos os lapeanos comuns.
Não consigo ver a cidade da Lapa como uma cidade em declínio, apesar de saber que o pedágio nos atrapalha. Vejo sim uma cidade que cresce e tem inúmeros empreendedores investindo aqui, lutando e suando para manter o seu negócio em atividade, mas crescendo a cada dia, a cada sol.
Vejo pessoas construindo suas casas, aumentando suas famílias, crianças indo às escolas, jovens estudando e voltando trabalhar em novas empresas que estão instaladas aqui, oferecendo emprego para pessoas que tem formação e capacidade.
Vejo estagiários saírem dos mais simples recantos da cidade galgarem posições nas mais diversas instituições financeiras, chegando a funcionários, conquistando seu lugar ao sol e contribuindo para a economia da cidade.
Vejo um mercado novo na esquina do jornal, gerido por dois jovens lapeanos, que acordam meia hora mais cedo e trabalham um pouco mais, mas estão crescendo e trazendo emprego para mais de dez pessoas.
Vejo um centro da cidade cada dia mais movimentado com pessoas comprando e as lojas que sabem oferecer bons produtos garantindo as suas vendas, e também empregos para os lapeanos.
Vejo a agricultura que sempre foi o carro chefe da nossa economia fazer circular cada vez mais dinheiro e, consequência disso, temos três grandes cooperativas de crédito na Lapa, Sicredi, Cresol e Sicoob.
Vejo, além disso, um grande problema no trânsito da cidade, devido à quantidade de veículos circulando, pois as pessoas estão comprando seus carros em novos revendedores que pipocam em cada esquina.
Vejo também que temos agora muitas e novas opções de comida, pois cresceram exponencialmente as empresas de delivery, com os mais diversos tipos de refeições para todos os tipos de gosto.
Vejo, além disso, o sorriso no rosto das pessoas, mesmo nas filas de bancos, por poder morar nesta cidade, que tem uma beleza inigualável e um coração imenso, maior que de uma mãe.
Se isso tudo não representa uma cidade em crescimento, então, não sei o que eu vejo, Mansur.
Me desculpe o desabafo.
