Deus não mente e nem sequer abandona quem é dEle ao modo dEle. Tanto é que o salmista assevera: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão. É sempre compassivo e empresta, e a sua descendência será uma bênção” – Sl 37.25. A pessoa justa é uma bênção para o/a semelhante quando faz obras boas: não sendo avaro/a, por exemplo. O apóstolo Paulo significa o pecado da avareza como idolatria – Colossenses 3.5. A pessoa avara revela, com sua ação, da forma mais crassa, que não confia no agir de Deus. Ela espera mais benefício de seu dinheiro e bens do que de Deus. Através da confiança ou não Deus é verdadeiramente honrado ou desprezado.
No Mandamento – “Não furtarás” –, na verdade, se pode perceber, o mais claramente, ao modo de Deus, como todas as boas obras precisam acontecer e se realizar na fé que o Espírito Santo gera, sustenta e julga como de autoria divina ou não. Eis por que a causa primária da cobiça é a desconfiança, ao passo que a ‘dínamis’ da caridade é a fé. Porque se uma pessoa é caridosa, ela o é por que confia em Deus e que terá por intermédio do cuidado dEle o suficiente para viver, morrer e ressuscitar para a vida eterna juntamente com todas as pessoas crentes e batizadas. Em contrapartida se ela é avara e preocupada, ela o é porque não confia no cuidado sobrenatural Deus, hoje e aqui. A fé é mestre de boas obras e propulsora da boa obra da caridade no sétimo Mandamento e nos demais. Sem a fé inspirada pelo Espírito Santo a caridade de nada vale, constituindo, antes, um descuidado esbanjamento de dinheiro. E, isto é ainda é pouco. Pior fica a situação quando se quer conquistar méritos via caridade.
A boa obra da caridade verdadeira se estende às pessoas inimigas e adversárias de quem tem fé abonada na Palavra de Deus. Com efeito que boa obra é esta, se somos caridosos/as somente com as pessoas que nos são amigas, conforme ensina Cristo em Lc 6.32-36: “Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois Ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.” A caridade carnal, mundana e diabólica também pode se fazer perceber, à profusão e com esplendoroso brilho na aparência, em relação à gente amiga, à gente que integra a família de sangue ou da parentela. Contudo, é fato, até os animais irracionais fazem o bem e são caridosos com seus semelhantes, às vezes. Por isso a pessoa cristã age de forma abrangente. A caridade serve e é serviçal, também, em relação às pessoas que não a merecem, tais como: às malfeitoras, más, inimigas e ingratas. E, ela o faz por que isto é agradável ao Pai celeste, que faz o sol nascer, de maneira semelhante, sobre bons e maus, e chover sobre gratos e ingratos – Mt 5.45.
Ao modo da Palavra de Deus se descobrirá como é difícil praticar boas obras que Deus ajuíza como tais. Porque a fé que Deus quer que em nós exista, a qual Ele mesmo inspira, mantém e julga, é mestre de boas obras e propulsora da boa obra da caridade neste mandamento, sem que com isto queira galgar méritos ou conquistar o perdão dos pecados.
CARIDADE
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