CASTIDADE

A castidade, como boa obra, que subsiste como fruto da fé, impele para muitas outras boas obras: para o jejum e a moderação contra a comilança e a bebedeira; para a vigília e o madrugar para ler e estudar a Palavra de Deus contra o desperdício de tempo com leitura, entretenimento e lazer que não significam o buscar o Reino de Deus e Sua justiça; para o trabalho e servir éticos contra o ócio e o trabalhar relaxado. Porque viver, comer e beber sem moderação, dormir demais, viver na preguiça e no ócio são armas da incastidade, com as quais é, rapidamente, subjugada a castidade.

O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo significa o jejum, a vigília e o trabalho ao modo do Evangelho na perspectiva de Cristo. Por isso mesmo eles devem ter como meta e alvo: abafar e subjugar, pela fé, a natureza pecaminosa. No entanto, o ‘oferecer os membros do corpo como instrumentos de justiça’ – como ‘arma espiritual’ – não deve arruinar e nem sequer adoecer o corpo que Deus nos confiou. Paulo ensina o que deve valer para todos/as nós: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça” – Rm 6.12s. E, em 2 Co 6.5-7: “…nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas…”.

Acima do jejum, da vigília e do trabalho como formas corpóreas de resistir a incastidade a nossa ‘arma espiritual’ mais potente está na oração e na Palavra de Deus. Quando se manifesta a incastidade, a pessoa crente se refugia na oração ao modo da Palavra. Ela invoca a graça e a ajuda de Deus, lê e medita no sexto Mandamento, e contempla os sofrimentos de Jesus Cristo em nosso favor.  A incastidade do coração enfrentada com seriedade tem frutos. Isto vale, igualmente, em relação à incastidade da mente. Se constatadas, é preciso acorrer ao SENHOR via Palavra, com súplica, por que Ele é a ‘única Rocha’ na qual elas são desgastadas e desaparecem, de verdade.

Cada qual, sobrecarregado/a consigo mesmo/a, encontrará o suficiente que fazer e ganhará muitas boas obras em si mesmo/a buscando a vida e a fé determinadas pela castidade. Oportunidades para dar plena e total liberdade aos desejos carnais incastos sempre houve. Pouca gente, contudo, fez uso da oração, do jejum, da vigília e do trabalho na perspectiva da castidade como obra boa. Pleno de boas obras é quem se propõe a fazer fazê-las como forma concreta de cumprimento do sexto Mandamento. Não há como ser diferente a purificação precisa ser constante. E, o Advento e o Natal convocam à castidade do corpo, da mente e do espírito, hoje.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com