Vida melhor e mundo melhor, antes de tudo, envolvem aprender a fazer boas obras em sintonia com a abrangência do que Deus instituiu e ordenou. Por isso mesmo, quando é ministrada a Ceia do SENHOR, ela não deve, em absoluto, ser um mero costume, na qual nos tornamos comensais sem que saibamos o que ela é, qual o seu benefício, onde está escrito que Cristo quer que ela seja instituída, e como podemos participar dela dignamente. Quem não reconhece essas verdades não vai buscar e nem receber a Ceia com gratidão, ação de graças, louvor. Sobretudo precisamos memorar, ao modo da Palavra, que sem perdão de pecados não há vida e nem salvação eterna.
Amar o que Deus instituiu e ordenou são a base e fundamento da vida cristã, e, por consequência, das boas obras, que Ele mesmo quer que obremos. Aliás, quem não ama o que Deus instituiu e ordenou que se ministrasse com zelo, sequer se preocupa com a doutrina de Cristo. A pregação e ensino cristão não deveriam ser outra cousa que a proclamação do Testamento, visto que, que outra cousa é o Evangelho da Graça e da Glória de Deus, senão, perdão dos pecados por graça mediante a fé em Jesus Cristo? Agora quem irá ouvir e ser ensinado se ninguém o faz? Acontece que nem as pessoas investidas da função e incumbência de pregar e ensinar acerca do Ceia do SENHOR, o fazem. Elas passam de largo por ele, deixando o povo, também, na ignorância acerca dupla eficácia dEla. A Ceia do SENHOR, conforme Paulo, pode ser ‘morte e veneno’ para quem a recebe indignamente, visto que não é ceia própria e nem ceia dos demônios.
Se nós nos esquecemos de Cristo e de Sua doutrina acerca da Ceia, o que restam são ceias próprias, dos demônios e fábulas inúteis com vistas ao perdão e retenção de todos os pecados. Assim sucede o que está escrito em 2Rs 7.19: “enxergamos o nosso bem e dele não desfrutamos”. Nesse sentido também fala Eclesiastes 6.2: “Se Deus dá riqueza a alguém e não Lhe permite desfrutar dela, isto é um grande mal”. No entanto, quem acredita nisto? Fato é que verificamos inúmeras formas de ministração do que se diz ser a Ceia. No entanto, quem pode, efetivamente, garantir, que o que acontece aí realmente é o Testamento do SENHOR? Meu Deus, o que fizemos do que Tu instituíste! Como pode que fomos tão miseravelmente seduzidos pela inovação humana! Pior. Ainda reclamamos à beça ou largamente falamos que o mundo anda de mal a pior.
Se as pessoas investidas de autoridade e função pregam e ensinam em conformidade com o Evangelho, é preciso ouvir a elas, com atenção. Aí se faz necessário captar, guardar e lembrar, com frequência, o que Deus quer que conheçamos e creiamos em relação à Ceia. Se assim acontece, a pessoa fortalece a fé contra toda a tribulação dos pecados passados, presentes e futuros. Eis que a Ceia do SENHOR é prática instituída por Cristo, na qual seus cristãos se devem reunir, exercitar e manter em concórdia. Ele não permite, inerte, que ela seja tornada um simples costume como outras cerimônias religiosas. Ele a dotou de um tesouro rico e superabundante a ser oferecido e concedido, ministrado e recebido por todas as pessoas que creem tendo como conteúdo de fé e prática o que o próprio SENHOR dela afirmou ser seu proveito e benefício.