Jesus Cristo pregou: “Ouvistes que foi dito: “Olho por olho, dente por dente”. Eu, porém, vos digo que não deveis resistir ao mal. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. E se alguém quer contender contigo e tirar-te a túnica, dá-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a andar com ele uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que te pede algo emprestado” (Mateus 5.39-42).
O próprio apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 8.2-4, pede à gente membro da comunidade cristã em Corinto uma contribuição para as pessoas cristãs pobres em tempo de carestia. Ele próprio não quer que isso seja feito para que outras pessoas tenham sossego e elas tribulação, ou seja, que elas tenham fadiga e trabalho e passem por penúria e que outras tenham uma boa vida à custa – especialmente 2Co 8.13 – delas. E em 2 Tessalonicenses 3.6-8 Paulo ordena às pessoas membro do Corpo de Cristo que se afastem das que vivem desordeiramente e que cada qual trabalhe em silêncio, coma seu próprio pão e não se torne um peso para as outras pessoas. E arremata: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (versículo 10). Por isso, quem pode dar condições afim de que a pessoa semelhante possa trabalhar junto a si, e assim ganhar o seu pão de cada dia, o propicie, conceda oportunidade, dê uma chance. Mas, também é verdade, quem pode trabalhar, saiba que o mandamento de Deus é que se faça alguma coisa para ganhar o próprio sustento e não se tornar um peso para as outras pessoas. Pois já há gente necessitada suficiente e não falta oportunidade para emprestar e doar, como diz a Escritura em Deuteronômio 15.11: “Sempre haverá pobres na terra de vocês”. Por isso nós, pessoas cristãs, sobretudo, não devemos emprestar e doar a esmo e jogar dinheiro e bens aos quatro ventos, sem olhar e ajuizar para quem damos, emprestamos, doamos. Primeiro é preciso abrir os olhos para ver quem é essa pessoa que está pedindo, se é uma pessoa pedinte ao modo de Mateus 26.11, conforme diz Cristo; quer dizer, é preciso ver se ela tem necessidade mesmo e se pede honestamente, ou se tal pessoa é ‘um/a esperto/a’ ou tratante.
Como pessoa cristã nós vivemos e convivemos no mundo. E, para tanto é preciso usar a inteligência, inquirindo e procurando saber, quem, de fato, é uma pessoa pobre e precisa da nossa ajuda e socorro, do nosso dar generoso, do nosso emprestar sem buscar paga, de que nós abramos a mão ‘para valer’, então o façamos como um Cristo para ela. Porque, convenhamos, há gente honesta que gostaria de trabalhar para sustentar a si e outras pessoas, como esposa e filhos/as, mas que nunca progride e, às vezes, se endivida e entra em aperto. Para essas elas, inclusive, cada cidade, por amor, de alguma forma, deveria, inclusive, ter uma ‘caixa comunitária fraternal’ e subvenções que a ajudem, em corpo e bens, no sentido de que não precise, de modo algum, ficar sem ser útil e diaconal, em Igreja e Sociedade.
Por fim, não esqueçamos, de modo algum, que o fundamento seguro para a obediência, por fé, é a paixão de Jesus Cristo, como exemplo e exemplar para o conjunto de vida e fé da pessoa crente batizada. Ele, com Seu mandamento, uma vez mais, chama a gente discípula, obediente, à comunhão com Ele em Sua paixão em nosso favor, sob cruz e renúncia, em Igreja e Sociedade. Alías, como poderia tornar-se visível e digna de fé a pregação da paixão de Jesus Cristo, se a pessoa discípula dEle se acorvardásse, em todos os sentidos? Na cruz, na renúncia, na ação compromissada, livre e espontânea, por fé e amor ao SENHOR, se enfrenta e denuncia, condena e rejeita a vingança e se derrota todo o mal. Em resumo: a comunhão da cruz com o Crucificado Ressurreto Ressurreto Crucificado, é dada à pessoa discípula. E, por isso mesmo, já neste mundo, em comunhão cruciforme visível ela, apesar de, já é bem-aventurada.