FÉ E ORAÇÃO

A fé, a oração e todas as outras boas obras estão ordenadas justamente para que você reconheça o que pode fazer ou não em relação a si próprio, mas, sobretudo, em relação a Deus. Se você constatar que não pode crer e agir assim com Deus espera de você, você deve se “queixar”, humildemente, perante Ele por causa da sua ausência ou insuficiência de certeza de que Ele ouve e responde a sua oração por graça. E, assim, ao expor a sua situação diante de Deus, Ele comece uma débil centelha da fé, que vai sendo fortalecida, pela ação do Espírito Santo, diariamente mais e mais, exercitando-a em toda a sua vida e obra. Pois no que tange à imperfeição da fé, isto é, do primeiro e supremo mandamento, não há ninguém sobre a face da terra que não a tenha em alto grau. Visto que, também, os santos apóstolos no Evangelho, e sobretudo, Pedro, foram fracos na fé, sendo que igualmente pediram e disseram a Cristo: “SENHOR, aumenta-nos a fé” – Lc 17.5. Cristo, também, os repreendeu, mui frequentemente, por terem pequena fé.

Você não deve desalentar nem cruzar os braços e esticar as pernas se constatar que, em sua oração ou outras boas obras, não crê tão firmemente como deveria e deseja. Pelo contrário, você deve agradecer a Deus, de todo o coração, por Ele assim lhe revelar a sua fraqueza ou mesmo questionar o conteúdo e autoria da fé que declara ter, visto que por meio da fé, Deus, que se revela na Palavra e em Jesus Cristo, instrui e adverte o quanto é necessário que você se exercite e fortaleça, diariamente, na fé. Aliás, quem de nós não diz ter fé, lá e cá? Porém, a pergunta que se faz oportuna é: quem é o autor e agente da fé que declaramos e confessamos ter? É verificável que existem ‘n’ pessoas por aí que oram, cantam hinos espirituais e religiosos, leem a Bíblia, agem e parecem grandes santos na fé. No entanto, se a fé delas não for inspirada, ofuscadas que estão, levam para o caminho errado a si mesmas e outras gentes, pensando que está tudo bem com elas diante de Deus. Logo, é imprudente ignorar a pergunta pelo Ser da fé.

liás, não poucas vezes, há quem fica bravo, à bufar, se sugerimos examinar-se acerca do seguinte: se o Deus que diz ter como seu SENHOR e Salvador é, de verdade, aquEle que se revela em Jesus Cristo. Note bem. Se a fé e Deus não são verdadeiros em nossa alma, espírito e coração, então, nós edificamos secretamente sobre a areia e suas obras, sem qualquer fé, e, não, sobre a graça e promessa de Deus através da fé firme e pura, inspirada pelo Espírito Santo via pregação que promove e aponta para Cristo.

Enquanto vivemos, seja lá o tempo que for, temos – cada pessoa – muito que fazer para permanecer aprendizes do Primeiro Mandamento e da fé com todas as obras e sofrimentos, jamais parando de aprender. Ninguém sabe que grande coisa é confiar unicamente em Deus senão quem o compreende e experimenta com obras. Caso não houvesse outra obra ordenada por Deus, não é assim que, somente, a oração já bastaria para exercitar toda a vida da pessoa na fé? Para esta obra, aliás, estão, particularmente, determinados os estamentos espirituais, sendo que antigamente determinados grupos de monges, como os euquitas ou messalianos (século IV – VI) e os acoimetas (século V) passavam dia e noite orando. Todavia, não há pessoa cristã alguma que não tenha tempo para orar, sem cessar, de coração, fundamentado na oração do Pai Nosso.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com