Toda pessoa discípula de Jesus Cristo deve ser humilde de espírito. Jesus Cristo doutrinou: “Bem-aventurados os humildes de espírito, pois deles é o Reino dos céus” Isto é: que não ponha a sua confiança, consolo e segurança temporal e eterna em bens temporais, nem ainda prenda a eles o seu coração, deixando que o Mâmon seja seu Deus e SENHOR.
Davi era um rei excelente e, na verdade, tinha que ter ‘os cofres’ cheios de ‘dinheiro’ e riquezas. Bem como os seus celeiros abarrotados de cereais. Ademais, as terras cheias de toda sorte de bens e provisões para si e seu povo. Não obstante, teve que ser, ao lado disso, uma pessoa humilde de espírito, conforme salmodia a respeito de si mesmo: “Sou pobre e um hóspede na terra, como todos os meus pais” – Sl 39.12; 119.19. Reflita considerando: o rei que possui tantos bens, é um senhor sobre terra e gente, não deve chamar-se nada mais do que um hóspede ou peregrino, como alguém que está na estrada, não tenho lugar onde ficar eternamente neste mundo. Esse é um coração que não se prende a bens e riquezas temporais e, mesmo que os possua, é a mesma coisa como se nada possuísse, conforme o apóstolo Paulo se gloria a respeito das pessoas cristãs em 2 Coríntios 6.10: “Como os pobres, no entanto, enriquecendo a muitos; como os que nada possuem, mas possuindo tudo.”
Enquanto vivermos não façamos outro uso dos bens temporais e das necessidades corporais como faz um hóspede num lugar estranho, onde passa a noite e pela manhã segue seu caminho. Porquanto ele nada mais precisa do que comida e cama, e não deve dizer: isto aqui é meu. Aqui quero ficar. Nem deve tomar posse da propriedade, como se lhe coubesse de direito. Senão terá que ouvir em breve o dono da casa dizendo: meu caro, acaso não sabes que és hóspede aqui? Segue teu caminho e vai para um lugar que te compete. O mesmo se dá aqui. Os bens temporais que tens, Deus tos deu para esta vida e te permite que os uses e enchas com eles o estômago do teu corpo que um dia, caso Jesus Cristo não retornar antes, se tornará pó, terra, cinza. Não prendas e nem amarre o ‘coração’ nos bens temporais e terrenos, como se quisesses viver eternamente neste mundo, e, sim, como alguém que sempre segue adiante em busca de tesouro mais elevado e melhor que é teu e o será eternamente, pela fé.
Ser humilde de espírito ou pobre perante Deus no coração significa, de forma concreta, que não nos preocupemos, demasiadamente, com o fato de que temos ou não dinheiro, bens, honra, terras, empregados/as a nosso serviço. E quaisquer que sejam os bens terrenos e terrenais que possuímos, devem ser ‘tratados’ por nós como se nada tivéssemos e como se nos pudessem ser tirados a qualquer hora e pudéssemos perdê-los, mantendo, no entanto, em contrapartida, o coração, sempre, voltado para o Reino dos céus. Em Colossenses 3.1-2, lemos: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra…” Buscar as coisas do alto significa que vivamos, antes de mais nada, da fé.
Isto posto, destacamos, em resumo, que uma pessoa humilde de espírito não se define com base na posse de bens terrenos e terrenais. E, nem muito menos na ausência, carestia ou abundância deles, mas no coração que crê e tem comunhão com Deus, o SENHOR.
