No nosso país, atual, há religião e religiosidade, à profusão. Os meios de comunicação estão plenos de propostas religiosas ‘n’. No entanto, mentes esclarecidas, tem se questionado, com justiça, acerca dos resultados objetivos das propostas – melhora e proveito – no cotidiano. Por isso, quem se deixa mover à oração pela fé nas ordens e promessas de Deus, não pode fazê-lo sem que o Evangelho renove as suas obras. E, uma boa obra é crer que Deus ouve e responde as orações, súplicas e intercessões, se oramos não muito, mas, corretamente – Tg 4.3.
Se numa pessoa inexiste a fé e a confiança em Deus na resposta da oração ou se pretende ‘esbanjar’ o que haveria de receber nos prazeres, então, a oração está morta, nada mais é do que ‘trabalho e esforço penoso’. E, isso porquê o espírito da fé e a natureza da oração, sempre, estão intimamente ligados ao que adorna a mente, o espírito, o coração. Logo, quem ora do jeito que Deus quer que o faça, jamais, duvida que sua oração é, com certeza, agradável e que será atendida por Deus, ainda que não lhe seja dado exatamente aquilo que pede, por vezes. Por isso mesmo, na oração, devemos apresentar a Deus a dificuldade, mas não Lhe prescrever medida, maneira, alvo ou lugar de resposta e atuação. Devemos, isto sim, deixar tudo em Suas Mãos, porque Ele pode dar ‘coisa’ melhor ou diferente daquela por nós pretendida.
Muitas vezes pessoas crentes e salvas ao juízo de Deus nem sabem o que pedem, com diz Paulo em Rm 8.26, e Ele atua e concede-lhes favor de uma forma mais elevada do que entendem, com diz em Ef 3.20. Portanto, no que tange à oração, não deve haver qualquer dúvida em nós de que ela seja agradável e atendida por Deus. Porém, se deve deixar ao alvitre de Deus o tempo, o lugar, a medida e o alvo. Ele o fará bem como deve ser. Aliás, pessoas verdadeiramente adoradoras são as que adoram a Jesus Cristo em espírito e em verdade – Jo 4.24. Elas creem que serão atendidas por graça e fé em Jesus Cristo. Logo, não se afastam de Deus com a descrença. Elas, ao orar, não determinam a Deus um alvo, uma medida… pois confessam que tentar a Deus é pecado. E, Deus não quer que nós o tentemos e nem nos afastemos dEle por descrença, mas, permaneçamos com Ele em fé singela, no exemplo de Cristo, confiando nEle, sem se desviar dos Seus Mandamentos nem para a direita e nem para a esquerda – Dt 5.32.
Isto posto vale frisar que o ser humano é religioso por natureza, no entanto, fica a pergunta: quem é o seu único e suficiente SENHOR e Salvador? A fé e a confiança, a esperança e o amor, ao modo de Jesus Cristo, quando autênticos, precisam glorificar a Deus via boas obras. Por isso mesmo, sem fé, também a oração, não pode ser uma boa obra. Aliás, quem ainda considera a oração do modo como Deus quer que ela seja um boa obra? Se você e eu não temos certeza de que Deus nos ouve e que a nossa oração Lhe é agradável e que será atendida, então, nossa religião e espiritualidade, mesmo que ‘brilhem na aparência’, não são inspiradas por Deus. Daí, melhor é nem orar pois assim provocamos Deus à ira e em nada contribuímos para um mundo melhor: que valoriza a comunhão com Deus, por graça e fé.
P. Airton Hermann Loeve.
